ANJOS QUE APARECEM EM FORMA SOBRENATURAL.

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Era um sábado de tarde escura e chuvosa, o ano era 2009 - Meu irmão e eu tínhamos 12 anos de idade - Era dia de uma festa de confraternização do Fórum Criminal, cujo meu pai é Juiz de lá, a festa de confraternização não seria no Fórum, e sim em um casarão no bairro da Torre - Um dos bairros mais antigos de João Pessoa - Seja como for, meu pai resolver levar a mim e o meu irmão para a festa, nos convenceu que seria legal e como sempre ele estava errado.
Chegamos a tal casa. Era enorme, em estilo barroco, muito antiga por sinal, se assemelhava muito com uma igreja. Lá dentro a festa já estava acontecendo, mesmo a chuva apertando. Deveria ser 2 horas da tarde. Nosso pai nos guiou pela casa, pois como a festa para mim, meu irmão e outras crianças menores que nós ali presentes, estava muito chata, perguntamos ao dono da mansão se poderíamos explorar a casa. Ele disse que não, mas que havia uma sala de recreação onde poderíamos ficar.
Depois de muitas escadas e corredores, ele nos mostrou a sala. Era de dar arrepios, estava na parte mais alta e isolada da mansão, no fundo da sala existia uma enorme varanda que dava para ver a chuva cair pesadamente, também havia estátuas egípcias, uma que eu me lembro claramente era a do Deus Anúbis, consideravelmente assustadora. Assim que o rapaz nos deixou na sala, as meninas foram brincar com as bonecas e os meninos começaram a se empurrar e se jogar em cima dos divãs antigos agindo como bobões... Depois que se acalmaram, fomos brincar do jogo da forca em um enorme quadro que havia na sala, menos o meu irmão que não tirava os olhos da grande estatueta de Anúbis. Ele parecia em transe. Depois de algum tempo ele chegou perto de mim e falou baixinho:
- Sophia, a estátua está se mexendo...
Eu pensei que era efeito da mente dele, fitei Anúbis mas não vi nada. Então o ignorei e o tachei de louco e voltei para a brincadeira.
Tempo depois uma das crianças começou a gritar histéricamente, falando entre soluços que a estátua havia se mexido. Tentamos acalmá-la. As outras crianças entraram em despero e eu também. A estátua estava realmente se mexendo! Não sei se foi loucura nossa mas, nós realmente vimos a tal se mexer e mostrar os dentes para nós. O grande chacal se desfez como estátua e estava vindo em nossa direção! A chuva caia com força e os trovões deixavam a cena mais assustadora... Gelamos! Ninguém teve coragem de correr.
- Mas que droga é essa?
Uma das meninas pegou um livro e atirou no Chacal, o que foi um erro, a quina do livro atingiu mesmo o focinho do bicho, que após isso, estufou o peito, ergeu a cabeça e uivou. Daí algumas crianças começaram a correr em direção à porta e daí eu e meu irmão fizemos o mesmo. O chacal vinha atrás de nós, mas devagar, como se cada passo doesse, o que foi nossa sorte. Assim que a porta enorme abriu, todos nós saímos correndo, enquanto a coisa uivava na sala. Nunca corri tanto assim em minha vida! Depois de uns 2 minutos correndo agarrada ao braço do meu irmão conseguimos chegar à sala onde acontecia a festa junto com os outros. O Senhor dono da casa, quando viu a correria, nos parou no pé da escada com um sorriso acolhedor e falou:
- Já cansaram de brincar?
- A estátua está andando! - Gritou um dos meninos a minha frente - Saia da frente!
- Que estátua? - Perguntou o Senhor, confuso, ainda nos barrando no fim da escada.
Não respondemos, o empurramos bruscamente para que pudesse sair da frente. Após isso ouviu-se um "BUMM!" no andar de cima, o que fez todo o som e luzes da festa se apagarem.
Alguns homens subiram para ver o que tinha ocasionado o barulho. A resposta foi um relâmpago. Um relâmpago tinha atingido a sala de recreação onde nós estávamos! Nos perguntaram por que havíamos saído correndo da sala, e nós respondemos que a estátua de Anúbis tinha andando. Alguns riram, mas o Senhor proprietário da casa falou que não tinha nenhuma estátua egípcia na sala de cima...
Fiquei em dúvida do que seria... Resolvi perguntar ao diretor do centro espírita alguns dias depois do ocorrido. Ele me olhou e disse que provavelmente, a suposta estátua, seria um anjo querendo nos assustar para que nós saíssemos da sala antes que o relâmpago atingisse a mesma, o que teria matado a mim, meu irmão e a todas as crianças ali presentes.

Relatos Assombrados  [ATUALIZADO TODA SEMANA]Onde histórias criam vida. Descubra agora