O MENINO DOS CACHINHOS DOURADOS

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Por trabalhar em hospital, encontramos várias coisas que nos impressiona, vários fatores que ficamos sem saber explicar...

Quando trabalhava em U.T.I, tive várias experiências paranormais, hoje trabalho em uma Hemodinâmica de um hospital particular de São Luis - MA, e ainda assim ainda vejo coisas, mas com o garoto do cachinho de anjo (ele tinha 4 anos) foi muito impressionante, pois até hoje sinto um calafrio, e dor de cabeça. (neste momento eu estou sentindo, só em relatar.)

Acompanhei a internação dessa criança desde o dia da sua entrada até seu falecimento, ele tinha leucemia e não tinha mas volta pois estava avançado o seu estado. O engraçado é que no seu leito tinha um cheiro de rosas indescritível de 2:00 da  madruga até 5:30 da manhã, mas achava que a minha companheira de plantão passava alguma coisa na criança, (depois de conversar com ela, ela disse que não passava nada, e comecei ficar desconfiado).

Ele ficou internado quase um mês, e nos dias finais de sua vida, uma companheira desistiu de cuidar dele, pois a 1:00 am ela tinha escutado cantos de crianças estilo gregoriano, esse cantados em igrejas ( estou com uma dor de cabeça louca que vcs nem imaginam) e saiu correndo me gritando, pedindo pra eu cuidar dele. Eu não escutei, mas ela dizia chorando "Paulo, eu não estou louca! Eu escutei uma cantiga de igreja", e eu disse tipo gregoriano, e ela disse !como assim?", e eu cantarolei algo, pois sou músico e toco em igreja e ela disse sim, é desse jeito.

O médico plantonista colocou a cabeça do lado de fora do repouso médico me perguntando sobre a gritaria, e eu disse a ele que estava tudo bem, que minha colega tinha se confundido com uma coisa.

Essa criança morreu, e foi um chororô louco nesse plantão, pois eu preparei o corpo, banhei, limpei suas feridas, e vesti sua roupinha, e coloquei em seu ataúde (caixão). Nesse dia eu estava com um turno de 24 horas e a criança morreu 18:00 hs em ponto. A família foi velar na capela e continuei meu plantão normalmente.

Fui cuidar do meu outro paciente, fui banhar e jantar, quando estamos de plantão noturno, temos horário de revezamento pra descansar. Como estava muito cansado, fui deitar da meia-noite até as 03:00 da madrugada, e outra equipe das 3:00 até 06:00 da manhã. Adormeci perto do armário de metal onde guardamos nossos pertences. Quando comecei a cochilar, escutei uma pancada no armário de alguém, espancando mesmo, como quisesse me acordar de propósito. Pensei que fosse um maqueiro que era só molecagem, e chamei seu nome meio sonolento "Pô Beto para de sacanagem, tô ferrado de sono deixa eu dormir..." e deu outra pancada, e escutei o que eu não queria escutar, uma risada de criança. Gente, eu esbugalhei os olhos e olhei no corredor a criança correndo nua dando tchau, mandando beijo, e fazendo sinal de legal pra mim.

Levantei e dei um cabeçada na beliche e sai correndo e gritando. Rsrsrsr... Me lembro do pessoal me dando água com açucar e a equipe me perguntando o que era, e eu tomando fólego pra contar. A minha companheira me olhou e falou "eu não te disse que não estava louca", e olhei pra ela e começei a chorar compulsivamente, e disse não acreditava no que está acontecendo.

Olhei no prontuário o seu endereço e fui bater lá pra conversar com sua mãe, que me mostrou as fotos dessa criança, que por incrível que pareça, seu rosto não aparecia em nenhuma foto, sempre aparecia a mão de alguem, um papelão, um braço, um troço qualquer, e ela tirou duas fotos frontais e todas as duas tinha uma mançha enorme no seu rosto encobrindo o seu conteudo.

Eu contei o ocorrido no hospital e ela chorou. Falei pra ela rezar uma missa pois ela não tinha costume de ir em missas, mas nunca mais a vi, e fiquei com essa lembrança.

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