Capítulo 05

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POV Paul

Acordo bem cedo e com aquela sensação ruim de que a noite foi péssima. Minha mãe vagou em meus sonhos a noite toda e isso não é nada bom. Nesses dias, passo o dia pensando o porquê ela ter partido tão cedo e por uma bobeira da cabeça dela.

Respiro fundo e levanto já me alongando. Olho a vista lá fora e o sol ainda está nascendo...é uma bela visão ainda mais vista daqui de dentro de uma casa que não tem nada nem ninguém em volta.

Vou para a cozinha e preparo meu café preto e umlanchinho de pão de forma com nutella. Ligoa TV e vejo as primeiras notícias do dia. 

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Estão falando de um dos meus assassinatos em que a polícia está na cola do cara que cometeu o crime.., então começo a dar risada e vejo que estão fazendo um péssimo trabalho já que minha vida continua a mesma.

Não me arrependo de ter matado nenhuma das três vítimas, em especial a minha ex namorada. Ela focou em tudo menos em mim e isso é injusto. Me doei a ela, larguei minha vida por ela e não é nada legal ficar para escanteio.

Muitas pessoas dizem que sou ignorante mas para mim mulher tem que ceder aos gostos do marido. Foi assim com minha mãe e será assim com minha mulher, se é que um dia vou ter uma.

Me levanto e começo a me arrumar para mais um dia maçante de trabalho. Por Deus eu preciso procurar outra coisa para fazer na vida, porque isso já me irritou o suficiente. Então pego o meu carro e vou rumo à cidade.

A manhã até que passa rápida. Na hora do almoço resolvo ir a um restaurante que á tempos não ia. Chegando lá dou de cara com um amigo que ficou no orfanato por anos comigo, porém, teve muita sorte e foi adotado por uma família que o amou e ama muito. Já vou para a mesa dele. Quando ele me vê, se levanta e logo me abraça:

- E aí cara? Quanto tempo Paul!! Você sumiu, o que anda fazendo da vida hein?

- Pois é Ben, quanto tempo mesmo! Acho que estou trabalhando demais.

Logo ele me convida para sentar e o garçom vem com o cardápio.

- Mas e aí Paul me conta o que você tem feito de bom... Ta naquele lugar tenebroso ainda? Mora no campo? Casou?

- Sim Ben, ainda trabalho naquele lugar tenebroso e moro no campo... não me casei, acho que não tenho perfil para marido.

- A duvido cara, você tem uma boa pinta, é bonito, inteligente... Duvido que nenhuma gatinha te quer!

- Esse é o problema, quem me quer, tem uma lista de outros contatinhos caso eu diga não!

- Bom nesse caso Paul é melhor mesmo ficar solteiro!

-Mas e você Ben, tem feito o que de bom?

Ele se arruma na cadeira já todo empolgado e começa a me contar sobre seu trabalho na construtora. Ben é arquiteto e tem uma carreira brilhante. Me conta sobre seus pais e sua irmã que acabou de se formar em medicina.

- Paul você não vai acreditar... eu estive emNova York a trabalho e conheci uma pessoa incrível... Sensato, gente boa, bemhumorado... enfim tudo o que eu procurava para o momento.

Ben é gay. Desde quando moramos juntos ele demonstrava isso e nunca foi problema pra mim. Pelo contrário, quando ele era motivo de piada entre os outros meninos eu sempre entrava no rolo e o defendia. Ele é um amigo e tanto! É uma pena que o tempo tenha nos afastado pois ele sempre tem palavras de conforto para os momentos ruins.

- Nossa Ben que legal cara...Mas NY? Nós estamos um tanto quanto longe de lá, umas 6...7 horas de vôo para ser exato...como você vai fazer agora?

- A ponte aérea vai ficar pequena meu amigo...sempre que possível vou para lá e ele vem pra cá! Além do mais, essa modernidade ajuda muito...conversamos o dia todo pelo WhatsApp, nos vemos pelo Skype e vamos matando a saudade até nos vermos de novo. Falando nisso tem mensagem dele, espera aí.

Enquanto ele sorri que nem bobo para o celular, peço o meu almoço. Então ele continua:

- Paul você não vai acreditar!!!! Ele vem pra cá semana que vem!! To muito feliz!!! Já vou avisar a mamãe para fazer um jantar pra todos, inclusive você ta convidado e não aceitou um não como resposta.

Dou um sorrisinho forçado. Odeio essas eventualidades, mas sei que Ben ficaria muito feliz com minha presença.

- Ok Ben! Me mande uma mensagem dizendo o dia que vou sim... Algum traje especial para a ocasião?

- kkkkk Para de ser bobo Paul, vá como sempre!

Nosso almoço transcorreu numa boa. Ele prometeu ir a minha casa um fim de semana para podermos colocar o papo em dia e tomar umas cervejas. Saio de lá e volto para a minha rotina de trabalho.

Paixão ObscuraOnde histórias criam vida. Descubra agora