Paixão Obscura

Epílogo

POV Dakota

Hoje faz um mês que Paul foi preso. Um mês que minha mãe tem morado comigo e tenho dormido em seu colo todas as noites. Mentir para a imprensa que ele está a trabalho em outro país tem doído muito....cada vez que seu nome é citado meu coração se aperta. Ainda não fui visitá-lo...uma porque depois que soube de tudo, acabei passando mal e tive que ficar alguns dias de repouso...e outra porque ainda não tive coragem...covarde eu sei...mas vai me doer mais ainda ver ele lá e não poder fazer nada. 

O bebê está bem...ontem ouvi o coraçãozinho dele...sim, dele pois já sei que vem vindo um menininho por aí! Estou muito ansiosa pela sua chegada...tento passar meu tempo em seu futuro quarto...já planejei como quero... Meus pais estão ansiosos como eu...primeiro neto imagina como vai ser paparicado? Já imagino até seu rostinho todo branquinho e com os olhos do pai....aquele olhinho de pidão que só ele tem... Meus amigos não saíram de perto de mim nenhum segundo...tenho recebido visitas todos os dias...Rebel por exemplo quando vem, trás algum presente para o bebê...daqui a pouco não vou precisar comprar mais nada pra ele...Leslie tem sido uma segunda mãe e quando pode trás seu filho e passa o dia comigo...vemos filmes, comemos brigadeiro e ela até corre pro banheiro comigo depois. 

Blake e Ben ainda não voltaram...Mas já foram juntos visitar Paul duas vezes...Prometi que na próxima eu vou...Estamos dando toda a assistência que ele precisa por lá...Meu celular toca e é Blake:

- Oiii lindeza, como vai a mamãe do ano e meu príncipe?

- Estamos bem! Esse menino tem dias que quer comer muito e em outros não quer nada, você não imagina a loucura que tem sido!

- kkkkk posso imaginar! Dak o Ben me ligou...Esse fim de semana vamos para Belfast...ele conseguiu uma folga no trabalho e poderemos estender os dias por lá... A mãe dele vai fazer aniversário e já vamos ver Paul...Vamos com a gente? Lógico se você estiver se sentindo bem...

- Vamos Blake... tá na hora de encarar a realidade! 

Minha mãe entra no quarto e escuta a conversa...logo se propõe a ir também. Desligo o telefone e ela senta ao meu lado:

- Filha você tem certeza disso? 

- Tenho mãe...preciso ver ele... preciso falar do nosso filho... eu sei, pisar em Belfast depois de tudo isso vai ser terrível mas eu tenho que encarar...

- Filha a primeira vez que vi o Paul não tive uma boa sensação...isso se explicou a um mês atrás...porém eu amo meus filhos e moveria o mundo por eles...então por você eu estou tentando não guardar mágoas dele e até vou com você lá..

- Te amo mama! Já entendo esse amor! Vou fazer isso pelo bebê também...Aliás ele precisa de um nome! Paul vai adorar me ajudar a escolher.

Nosso advogado nos dá esperança que se tudo correr bem, Paul poderá cumprir bem menos que o previsto da pena. Nesse um mês tento assimilar tudo que aconteceu na minha vida...desde o momento que ele entrou na minha vida...tem dias que o culpo por não ter me contado sobre o seu passado...em outros até me coloco em seu lugar e entendo que talvez ele não fez isso por vergonha ou medo da minha reação. 

As vezes penso que nosso destino deveria ter se cruzado bem antes...se eu estivesse em sua vida, tenho certeza que jamais ele faria algo do tipo...eu o conheci sendo um cara grosso, sem modos e que tava tudo bem do jeito que sempre foi....depois se tornou um cara doce mesmo com aquele jeitinho possessivo...ele estava numa fase em que abria a porta do carro e até se visse uma flor em algum jardim, me trazia. 

Apesar de tudo isso, acho que o tempo será um bom curador para nós dois...espero de verdade e do fundo do meu coração que nesse tempo que ele passe longe de nós, ele repense em suas atitudes e até tenha o perdão divino. 

Soube pela mãe de Ben, um dia desses quando falávamos por telefone, a história do menininho que a encantou lá no orfanato...ela me disse que ele tinha um olhar perdido mas que no fundo necessitava de carinho...e é isso mesmo que aconteceu depois que entrei em sua vida. 

Ela disse também que tem algumas fotos dele com Ben de quando eram pequenos e toda a adolescência...as vezes que aos finais de semana o buscava para passar o fim de semana em sua casa ou até mesmo em aniversários. Quero muito ver para quando nosso filho for crescendo eu veja as semelhanças. 

Enfim, eu espero que as coisas melhorem para nós dois. Espero que nosso encontro seja bom e que ele não sinta vergonha de mim como sentiu no último dia quando saiu daqui de casa. Arrumei todo seu closet com a ajuda de Hanna, que ainda não superou essa história...ela ficou comigo todo o tempo até no hospital e tenho muito a agradecê-la... tiramos tudo o que era dele e separei algumas coisas para Blake levar para lá...mandei alguns livros também. Ando dormindo com suas roupas, talvez seja um modo de ficar perto dele de alguma forma. 

Os dias tem sido sem programação...tive alguns eventos do filme, o qual cheguei sozinha ou acompanhada com minha mãe. Tive também várias propostas de emprego, mas não pude já que o mais importante é meu filho nesse momento. A mídia tem nos cobrado muito sobre o desaparecimento dele... Digo sempre que está a trabalho em Belfast e que não pode sair de lá...Dizer a verdade arruinaria toda a minha família que carrega gerações de talentos e reconhecimento do público. Eu sei, eu sei...isso é errado e não estou pensando só em mim, preciso pensar neles também...um escândalo desses acabaria de vez com tudo...as pessoas são maldosas, infelizmente...e não entenderiam que eu estava com um "novo Paul". 

Enfim é isso...Peço proteção e força todas as manhãs quando acordo. E espero a todo momento, que essa situação se resolva o mais rápido possível e ele volte logo pra nossa rotina.