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Após quase implorar pra Lia não confiar nesse tal Paul, fui pra sala sentar no sofá e assistir basquetebol, um dos meus jogos favoritos. Mas enquanto isso passo por alguns canais até encontrar um cara bonito de camisa social ao lado de uma garota morena linda, isso não me ajuda muito pois os dois estão de costas pra câmera, mais não sei não algo neles chama minha atenção, por isso continuo no mesmo canal decidido a olhar pra eles. Até que um fotógrafo pede pra que os dois virem-se e eles o fazem. Paraliso na hora e arregalo os olhos. O cara sou eu e a mulher linda é Lia... Mais como?

Levanto do sofá um pouco hesitante e me aproximo da tela plana, reconhecendo meu rosto e observando Lia. Um lado meu me faz ter raiva por estar nesse mundo, mas outro fica completamente encantado por estar vivendo isso e por ter conhecido a mulher extraordinária que a Lia é.

- Ela é linda...- Sussurro pra mim mesmo.

Após ter me identificado na televisão resolvi ir para o quintal de Lia. Essa conversa entre ela e o Paul esta demorando. Preciso me controlar pra não ter um surto psicótico e invadir aquele escritório.

Ando descalço, descamisado e vestindo apenas minha calça jeans rasgada nos joelhos. Gosto de me sentir assim, da natureza, do som dos pássaros, do balançar entre as arvores, é como me sentir em casa. Passo por um jardim de rosas e as admiro, tão lindas, como podem ser pacientes e esperar tanto?

Por fim decido sentar embaixo de uma arvore frondosa e fechar os olhos, deixando a natureza invadir minha mente perturbada.

- Parece que além de mim alguém aprecia as flores.- Ao abrir os olhos me deparo com Lia vindo em minha direção.

Abro um meio riso.

- Pois é, tem muitas coisas sobre mim que você não sabe Lia...- Afirmo e ela senta ao meu lado.

- Então me conte sobre sua vida Senhor Max Eschenbach por que eu não sei.- Avisa me fitando.

Abaixo a cabeça e interrogo:

- Sobre o que quer saber?

- Vejamos... Como foi sua infância, quais seus sonhos, objetivos, medos... Tudo- Diz sorrindo.

- Hum... Tudo bem então, vamos começar... Minha vida foi magnifica, não lembro de ter passado fome já que Dona Lucy sempre fazia o que podia, meu sonho? Sei lá... Sabe quando você quer ser algo mais a sociedade capitalista não te ajuda apenas te reprime? Pois é, eu sempre quis ser um jogador de basquete, mais graças a miséria não consegui e acho que nunca vou conseguir, nunca pensei em trabalhar sempre gostei de festas e garotas, muitas garotas... Meu objetivo é simples ser sempre o filho perfeito da minha mãe. Quero um dia ouvi-la dizer: "Você é meu orgulho".- Comento levantando o dedo indicador pro céu.

Com um amplo sorriso Lia argumenta:

- Se me lembro bem, sua mãe e muito minha amiga me disse que te ama... Não achas o bastante pra saber que ela tem orgulho de você?

- Bem, sim mais prefiro ouvi-la falar isso, só assim me sentirei feliz e satisfeito.- Falo mostrando um meio riso.- Mas diga o que o Paul queria com você?

- Dizer que o livro já foi lançado e que vários exemplares já estão por todo mundo... E que hoje eu passarei a noite toda autografando alguns, tirando fotos com os fãs e que ele será minha companhia.- Diz tocando em algumas flores.

- Espera... Você irá ficar somente com ele, mais ninguém da imprensa, só vocês dois?- Interrogo nervoso.

- Claro, sempre fazemos isso, não é atoa que ele é meu empresario...- Explica me olhando como se eu fosse algum idiota.

Levanto do chão.

- Seja o que for, eu vou com você... Não te deixarei ficar sozinha com esse cara, não confio nele Lia. -Exclamo coçando a nuca.

- Agora chega, o que ele te fez pra que não confie nele dessa forma? E por favor não mude de assunto.- Intervem levantando do chão e ficando a minha frente.

Não quero dizer o que ele havia me dito, não por ser infantil, mais por ser cauteloso se eu contar que ele me ameaçou e que deixou bem claro que a deseja muito e que fará de tudo para tê-la, ela vai pensar que tudo não passar de uma história que inventei e vai ficar insinuando que estou com "ciuminhos"... Por isso prefiro ficar na minha.

- Deixa pra lá Lia... Eu só quero protegê-la e por favor permita que eu vá também.- Imploro tirando uma mecha de cabelo dos seus olhos.

Depois de me observar finalmente responde:

- Tudo bem vamos os três, mais me prometa que vai parar de insistir nessa de desconfiança do Paul... Qual é o cara é gente boa, ele me ajudou sempre e esteve do meu lado quando eu não sabia se continuaria como escritora ou se desistiria. Falta só você me dizer que ele é um psicopata?!?- Diz brincalhona.

Eu queria muito dizer: "Quer dizer que se alguém te ameaça de todas as formas e diz que fará tudo e qualquer coisa pra te ter não é ser um psicopata? Então é o que?"- Mais ao invés disso eu apenas encolho os ombros.

- Agora vamos preciso almoçar já que fui impedida de sair, preciso pelo menos ir pra cama.- Diz caminhando a minha frente.

- Cama me parece uma boa ideia.- Interfiro me aproximando e ela mostra o dedo do meio pra mim.

- Não interprete errado Max.- Diz balançando a cabeça.

Eu? Você que fala palavras de duplo sentido. Palavras que deixam qualquer homem louco.

Atração MalditaOnde histórias criam vida. Descubra agora