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A casa está silenciosamente quieta e não ouço a voz de Livana quando adentro a sala. Estará na cozinha ou no quarto? Apresso os passos e jogo minha bolsa no sofá. Em seguida tiro os sapatos os jogando no canto da sala e rapidamente saio dali, indo até a cozinha, mas infelizmente não vejo ninguém. Odeio ser pessimista, mas acontece que pra alguém que escreve livros e tem a imaginação a flor da pele o otimismo chega a ser desconhecido. Pensativa me inclino sobre a janela que leva ao jardim e a chamo, mas não obtenho respostas. Resolvo então chamar Max e nada.

Onde estão?

Logo retorno a sala e pego meu celular da bolsa ligando pra única pessoa que me vem a mente. Que após dois toques atende:

— Sim Lili?— Pergunta.

— Onde você está Livana?

Ela demora a responder e após alguns suspiros diz:

— Hum... Mamãe e papai chegaram...

Arregalo os olhos. Amo minha familia, não dispenso estar ao lado deles, mas a esta altura do campeonato tudo me estressa, até sua chegada.

— Mesmo? Que bom...

Ela bufa e posso vê-la revirando os olhos pra mim.

— Ah, tá legal não precisa fingir que gosta da notícia... É só que resolvemos vim todos a um passeio.

Passo minhas mãos por uma mecha do cabelo que insiste em se soltar e a levo rapidamente para trás da orelha.

— Ah... Que bom...— Mordo o lábio inferior. Por quê o "que bom" não sai da sua boca?

De repente um barulho de gritinhos e sorrisos de crianças se expande ao fundo e pisco algumas vezes tentando imaginar o local que foram.

— Pois é... Daqui a pouco voltaremos, mamãe não para de admirar a cidade e está fazendo papai cansar, acredita?— Intervém sorrindo e abro um riso.

— Jura? Quer dizer então que o atleta está cansado é?— Saio do quarto e descendo as escadas vou pra sala. Me jogando no sofá em seguida.

—... Pra você ver... E Lia, não sei se te conto.— Murmura hesitante e um arrepio perpassa por todo o meu corpo.

Engulo em seco.

— Não sabe se conta o quê?

Ao esperar sua resposta uma voz familiar e doce exclama ao fundo:

— Mamãe... Mamãe...— Abro um meio riso. Ele está aqui. Meu sobrinho favorito.

— Você ouviu, Ethan está me chamando...— Balbucia brincalhona.

Reviro os olhos. Mas uma de suas escapatórias quando deve me contar algo, mesmo eu sabendo que se trata de Ethan, preciso que continue na linha comigo.

— Não, Liv... Me fala por favor...

Ela abafa um riso provocadora.

— Quando voltar, prometo. Beijos. — Diz encerrando a ligação antes que eu insista.

O que ela quer me contar? E por que Max não está aqui? Onde ele está? Pensar nele me faz olhar as horas e ter certeza que perderei mais que um quilo, já passam das 14:00hs. Até os acasos me fazem perder o apetite. Ligeiramente corro até meu quarto parando em frente a porta esperando Max surgir de algum lugar da casa sem camisa como sempre faz ou até do meu quarto. Onde ele está, o que estará fazendo? Com relutância entro em meu quarto e me dispo indo até o banheiro. Preciso refrescar minha cabeça ou uma recém enxaqueca se encaminhará de acabar comigo.

Atração MalditaOnde histórias criam vida. Descubra agora