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Admirar.

Encantar.

Sentir.

Tocar.

Fascinar.

Eram essas e outras palavras que se escondiam em meu subconsciente. Eu simplesmente adorei cada pedacinho do passeio. Apesar de Max não parar nenhum instante de me castigar com seus comentários excitantes: "Tocar nessas flores esta sendo ótimo. Mas prefiro tocar todo o seu corpo". " Lia o que faço pra esconder essa vontade doente de transar com você?". " O calor esta demais vou tirar a camisa". Ou então pior " Se eu estivesse morrendo de sede você me deixaria te chupar toda?". Era delirante me sentir assim tão maluca por sexo. Fora de controle. Ele me faz pensar em sexo selvagem só com suas palavras. Desviando o olhar de seu tanquinho perfeito, admiro alguns ciclistas que ali passavam. Depois meus olhos teimam em analisar Max de baixo pra cima. Estou irritada e excitada. E agora mais irritada ainda por que ele tirou a camisa deixando a mostra seu tanquinho definido pra todas as mulheres ao redor que estão completamente se jogando aos seus pés. Elas o admiram descaradamente sem se importar com minha presença.

- Da pra se vestir, por favor?- Sibilo entre os dentes tentando me controlar, pra não lhe beijar e morder ali mesmo.

- Por que isso te deixa excitada? Por que se for eu não vou me vestir.- Responde fazendo bico. Ótimo, agora de garoto ele se tornou uma criança. Reviro os olhos e me foco na linda paisagem a minha frente. Esta tudo tão lindo e perfeito. Nada podia dar errado, até que uma garota ruiva de curvas perfeitas e jeito nada amigável se aproxima:

- Max? Max Eschenbach? É você mesmo? Eu não acredito.- Exclama e Max vai ao seu encontro. Viro e observo a cena.

Fico de queixo caido quando os dois se abraçam e Max a segura pela cintura. Ele parece tão feliz ao vê-la. Não quero sentir ciume por isso. Eu não deveria sentir... Não quero sentir, mas estou sentindo e é o pior sentimento da face da terra. Não faz nenhum sentido, até por que Max tem todo direito de gostar de uma garota da sua idade, do seu jeito. Eu disse isso a ele. Eu o instiguei a fazer isso.

Fico sem chão e me encolho em minha própria bolha, enquanto os dois continuam sua conversa animada:

- Nossa como você cresceu... Ta gata.- Diz Max a garota e essas palavras ferem até minha alma. Ela sorri pra ele e os dois se olham. Um olhar nada bom no meu ponto de vista.

- Digo o mesmo de você, esta bem mais forte e sexy... Nossa ta malhando?- Indaga e ele faz que não com a cabeça. O que mais me deixa frustrada não é a forma como ele a trata com tanto carinho e afeto, mas sim a forma como me esquece. É como se eu nem estivesse presente. Me sinto invisível. Aperto os lábios e me concentro em sua conversa:

- Diz ai o que faz por aqui? Que eu saiba você odeia viajar e muito menos trabalhar. Então fala.- Murmura ela tocando seu rosto.

Quero arranhar toda essa sua cara de puta e lhe informar que ele não esta sozinho... Mas ai é que ta. O que vou dizer a ela? Que sou a namorada dele? Ou que ele já tem dona?. Entorto a boca e cruzo os braços sobre o peito. O melhor a fazer é ficar quieta no meu canto. Mas até quando?

Muito bem, vamos ver até onde essa cena patética vai.

- Bem, vim a trabalho e sei que você não acredita mais. Estou trabalhando... E aquele garoto que você conheceu ficou definitivamente pra trás.- Conclui ele tocando seu rosto e a vejo fechar os olhos. Me sinto fraca só de olhá-los assim. Tão íntimos.

- A é? Não é o que eu vejo e me lembro.- Esboça um sorriso malicioso a Max e ele gargalha. Droga, será que ele não vê que falta pouco pro meu coração parar de bater?

- Se lembra da Judy não é?- Ela pergunta deslizando o dedo pelo pescoço dele e ele confirma com a cabeça- Então ela ainda lembra daquela festa que você transou com ela. Na verdade ela ainda é doida por você... Então ela afirma que vocês transaram umas cinco vezes, é verdade gato?

Gato?

Chega. Não suporto mais ter que aguentar isso. Já basta ter que suportá-lá abraçada a ele agora ouvir que ele transou com varias garotas já é demais. Pra mim chega. Me aproximo de Max e sem sequer olhar pra bruxa a frente Afirmo:

- Acho que o passeio acabou por aqui. Tchau Max.- Comento e ele arregala os olhos pra mim. Lembrou de mim agora baby? Pois é a Lia esta de volta e mais irritada do que nunca.

Me Afasto deles e sigo meu caminho de volta pra casa, mas infelizmente sou puxada de volta pelos braços de Max. Ele esta preocupado me olha de baixo pra cima e tenta adivinhar o que se passa em minha cabeça. Viro pra puta ruiva e ela não esta nada feliz em ser deixada de lado por ele. De cara amarrada ela me observa de baixo pra cima como se fôssemos rivais ou algo do tipo. Talvez sejamos mesmo.

- Mas Lia... Nós ainda nem terminamos.- Sussurra e puxo meu braço bruscamente do seu. Nos encaramos por alguns segundos e falo:

- Creio que já sim Max.- Retruco e ele me puxa novamente pra si me abraçando por trás.

Ele não faz ideia do quão minha mente psicopata esta trabalhando todas as formas de matá-lo.

De esguelha vejo a ruiva soltar fumaça pelo nariz e isso me deixa feliz por completo. É isso ai bandida ele é meu.

- Quero que conheça Tábyta, minha amiga de infância e Tábyta essa é Lia, Lia Ross minha chefe.- Quando ele menciona meu nome ela muda de azeda pra sorridente e literalmente se joga em meu pescoço.

- Ross? Oh meu Deus sou sua maior fã... Me desculpe não ter te visto é que eu estava...- Tenta se desculpar e Max sorri. Eu sei muito bem o que você estava fazendo ruiva puta. Estava ocupada com o Max. O meu excitante Max.

Esboço um meio riso a ela e de repente ela começa a puxar meu saco e dizer que ama meus livros e como me segui o tempo todo nas redes sociais. Me agradece também por estar ajudando Max e o parabeniza por estar na capa de um livro. Ele sorri toda hora. É frustrante. Ela me elogia pelas belas histórias e se mostra amar cada uma de minhas obras. Ainda frustrada pelo ocorrido anterior apenas afirmo e escuto ela tagarelar. Max pigarreia as vezes tentando fazê-lá parar, mais ela continua, até que uma amiga sua também bonita mais loira a chama e ela se despede beijando a bochecha de Max e me abraçando apertado. Ela demorou mais que o normal na bochecha de Max. E tudo o que me disse de paixão por mim se tornou novamente em ciume.

Nunca odiei uma fã, mas essa garota ta pedindo uma excessão. Enquanto ela some Max a admira de baixo pra cima.

"É incrível como os homens se tornam tão entediantes e idiotas de repente".

Me solto de seu corpo, começo a andar de um lado para o outro e repito mais uma vez que quero ir embora.

- Mas Lia. Você estava amando o passeio... O que te fez mudar de ideia de repente?- Indaga inocente ou se fazendo de inocente. Ele coça a nuca intrigado.

Quero lhe dar uma surra de preferência de cinto ou de chicote. Quero que ele aprenda a nunca mais me deixar daquela maneira. Que ele entenda quanta dor tive que suportar só pra não lhe desagradar e ser a vilã da história. Odeio me sentir possuída pela raiva. Odeio me sentir com ciume, esse ciume louco e possessivo. Odeio a forma como me iludo por ele e seu jeito atraente que encanta qualquer mulher.

Fecho e abro os olhos, esperando alguma resposta em minha mente, pra aliviar essa tensão.

Preciso. quero. Necessito. Devo castigá-lo.

Atração MalditaOnde histórias criam vida. Descubra agora