Atração Maldita

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Logo que meu horário se encerra decido ir embora, mas antes faço questão de levar Sandy no hotel onde mora. E após hesitar bastante, finalmente ela aceitou.

— E então Sandy... Durante o trabalho não tivemos tempo de conversar, como você e seu pai estão? Aliás ele parou com o vício do jogo?— Pergunto enquanto giro lentamente o volante desviando de uma BMW cinza. O motorista ri de lado e me deixa passar.

— Si-sim Senhorita...

Meneio a cabeça em sua direção.

— Esse seu sim ajudou muito.— Comento entortando a boca e ela ri sem jeito, deixando cair a bolsa de colo, mas a pegando em seguida.

Alguém parece nervosa.

— Desculpe... Bom as vezes ele sai pra jogar... Mas o que me irrita é ele querer apostar o pouco que temos...- Murmura sem mais detalhes e passeia o olhar pro outro lado da janela.

— Sinto muito.

Ela da de ombros.

—Tudo bem... E então como vai Max?

Aperto forte o volante quando ouço o nome de Max se desenrolar em sua boca. Evito contato visual com ela. Ela não faz por mal. Penso comigo e sigo dirigindo, lutando contra a recém ira que cresce dentro de mim. Droga de ciumes, ele nem é meu, aliás não é nada pra mim.

—Bem... Sandy, bem.- Falo a contra gosto e me foco na estrada.

Ela precisa parar ou então...

— Hum... Desculpe pela pergunta mas... Sabe me dizer se ele tem namorada?

Arregalo os olhos. O que? Por que ela quer saber?

Engulo em seco e respondo:

— Não... Eu acho.— Solto um pouco ríspido demais e vejo ela me fitar confusa.

Será que ela percebeu algo?

— Será que tenho alguma chance com ele?- Insiste apertando um lábio no outro.

— Não!—Grito sem querer e ela solta um suspiro nervosa.

Que droga ta acontecendo comigo?

Pisco algumas vezes e a olho de canto. Preciso respirar, mostrar que não me importo... Que não quero matá-la... Espera... Quero matá-la? Por ele?

— Quer dizer...— Balbucio sem jeito e continuo:— Você não terá se não investir nele... Podem sair por exemplo.

Quê? Não você não fez isso.

—... Será que ele sairia comigo?

Não. Ele não sairá com você!

— Não seja tão pessimista consigo mesma. Por que não tenta?- Luto contra meu orgulho interno.

— Bom... Pode ser então.— Murmura sorrindo de lado.

Essa alegria estampada no rosto que ela esboça me derrete até a alma. Não posso odiar essa garota. Mesmo que isso me machuque. Sei que ela é a garota ideal pra ele.

E saber isso me corrói  por dentro.

Após deixá-la no hotel vou o caminho todo me xingando. Claro o máximo que eu mereço.

— Sua burra... Agora ela vai pensar nele o tempo todo... Pode ser até que Max se deixe levar até por que teremos uma semana inteira juntos... Todos da corporação assim como os da empresa terão que trabalhar juntos para um novo projeto lançado por Welch e eles? Bem eles terão um tempo juntos, sozinhos!—Rosno dentro do carro.— Que ódio, que ódio, que ódio.

Chego em casa e bato a porta do carro forte não deixando de dar um chute em seu pneu.

Talvez dê certo eles dois, talvez ele não sinta nada por mim mesmo, talvez seja melhor pra ele... Uma garota nova, se não me engano possuem a mesma idade. Duas paixões. Tudo certo. E eu? Nada, apenas um passatempo pra ele. Que droga, que droga.

— Me vende esse humor?— Pergunta uma voz conhecida atrás de mim.

Bufo e reviro os olhos.

— Não enche Max!- Rosno.

Passo por ele e entro em casa, mesmo assim sinto seu olhar perdido em mim enquanto ando em sua frente. A casa está um verdadeiro silêncio e me atrevo a virar e encará-lo:

— Onde estão todos?- Pergunto ainda com raiva dele.

Ele não tem culpa de nada.

— Hum... Saíram, menos Ethan.— Diz apontando com o queixo pra um garotinho todo enrolado a um cobertor de super herói, seu cabelo bagunçado fica por cima dos olhos que permanecem fechados enquanto dorme profundamente.

A televisão está ligada em um programa infantil e Ethan dormi pacificamente como um anjinho. Abro um riso ao vê-lo assim e sinto os olhos penetrantes de Max a me observarem. 

Por que ainda estou com ciumes? e o principal por que ainda estou pensando em matar a Sandy?