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— Quer dizer então que essa tal Lucy é mãe do garoto? —Esbraveja mamãe na mesa de café. Ao redor estou sendo analisada por papai e Livana que me olham sem parar. Ethan ainda está na cama, até por que não deu nem 7h00 da manhã e Dona Zoe cisma em discutir.

— Mãe não começa.— Falo olhando pra xícara de chá deixada por Livana a minha frente pra mim.

— Querida pense comigo, o garoto te ajudou sim... É capa do seu livro, mas pelo que estou vendo ele só está te trazendo problemas. — Dispara fazendo um eco pela casa toda.

Bufo amarrando o cabelo em um coque frouxo.

— São coisas que acontecem...— Tento , apesar de saber que será em vão. — A Senhora sabe, os jovens de hoje, eles...

Sem dar a minima importância pro que digo, rosna:

— E outra que intimidade é essa que ele tem com você de te chamar pelo primeiro nome?

Ela bufa e anda de um lado para o outro.

— Mãe, entenda eu devo tudo e mais um pouco do que consegui a mãe dele, a Senhora sabe disso ... Ele é da casa, por isso me chama de Lia. E não me dá trabalho nenhum.

Pelo contrário me faz ter os mais deliciosos orgasmos que alguém poderia dar... Me faz gemer só com o olhar...

— Ah, não? Então você quer dizer que amou ver ele bêbado cambaleando pela casa é isso?— Ela me encara batendo de leve no ombro de papai.

Reviro os olhos.

— Bêbado? Como assim anjo?— Intervém papai boquiaberto.

— Mãe e pai... Eu gosto dele, ele não me trás nenhum problema é apenas um jovem como tantos outros, aceitou a proposta de emprego pra mim, estou lhe ajudando... Como disse ele é da família.— Afirmo séria. Mas a persistência Zoe interfere:

— Sim, mas chegar bêbado é demais né?

Inspiro fundo e levanto da cadeira, empurrando meu chá na direção de Livana.

— Olha... Tenham um bom dia, mas eu sinceramente perdi o apetite.

Mamãe arregala os olhos.

— Lili...

— Sinto muito mãe. Tchau pai e tchau Livana!— Falo fazendo um simples movimento com as mãos pra eles e dando um beijo na testa de papai.

A passos rápidos saio dali e mesmo longe a ouço reclamar o quão rebelde estou me tornando. Respirando fundo vou andar pelo jardim do quintal. As flores estão bem mais vivas. Um pequeno sereno se une ao ambiente e o clima fica ainda mais agradável. Rolando os olhos vejo a sombra de alguém em baixo de uma das árvores.

Lentamente me aproximo e só de identificar o dono da sombra abro um meio riso.

— Sua mãe me ama!

Ele está sentado na grama esverdeada, sem camisa, descalço e usa uma das calças moletons cinzas. Tão sexy que evito me aproximar tanto.

— Ela é assim mesmo Max... Desconfiada... E então como você tá?

Ele ri com a pergunta e olha pra algo no nada a sua frente.

— Se você acha que passar a madrugada inteira vomitando e sentindo uma horrível dor de cabeça, é se sentir bem então me sinto bem.

Gargalho com isso, esse jeito despreocupado me tira do sério, ele sorri e ao levantar do chão toca meu rosto com as mãos.

— Obrigado.

Atração MalditaOnde histórias criam vida. Descubra agora