Ficou de olhos fechados, tempo suficiente para assustar o jovem escritor. Que preferiu também o silêncio, até o delegado tomar a conversa.
- Quem te passou essas informações? – Silveira, cansou sua visão. Sua testa transpirava e seus olhos doíam.
- Grande parte, eu mesmo investiguei. Já a outra, não os conheço.
- Não os conhece! Como não os conhece?
- Fui chamado para uma entrevista delegado, só anotei o que foi me passado.
- Como eles eram? Eu quero detalhes. Consegue reconhece-los?
O jovem respirou. Sentiu que seria difícil, iluminar a mente dura e apagada do delegado.
- Presta atenção. Minha obrigação é passar essas informações a frente. Agora é por sua conta.
Silveira franziu.
- Como assim?
- Não posso fazer mais nada. Eu tinha um acordo e cumpri. O que eu tinha que fazer, eu fiz. Agora, é por sua conta e pode ir embora.
- Me chamou até aqui, para me mostrar essas pastas, e quer que eu vá embora?
- Eu quero que você vai embora! Não conte comigo.
Silveira virou-lhe as costas, jogando as pastas sobre a mesa.
- Como eu posso acreditar nisso tudo?
- É por sua conta delegado. Não posso fazer mais nada. Te convenci até onde eu poderia.
Silveira se conteve. Segurou as palavras, enquanto caminhava em direção a porta.
- Não vai levar as pastas?
- E porque eu precisaria delas! – Aumentou o tom de voz.
- Tem mais, de onde veio essas. Mas é por sua conta. Não posso mais me arriscar tanto. Meu custo foi grande. Tecnicamente, estamos mortos, então, se quiser investigar, é por sua conta. Eu vou tentar sumir.
Silveira enrugou, ia dizer alguma coisa, mas foi cortado.
- Vá para o edifício Pantheon. O prédio que era da ASD. Você vai entender.
- Estou cansado desses joguinhos.
- Não aposto todas minhas fichas em você delegado. Sua história, independente do que aconteceu, não interessa para mim. Minha obrigação está ligada a outra pessoa.
- Que pessoa?
- Leve essas pastas com você. Não são cópias únicas. Não volte mais aqui, se tivermos sorte, nunca mais nos veremos. – O jovem entrava no quarto, passando pela cozinha buscando alguma coisa.
As dúvidas em sua mente, Silveira guardou para si. O jovem parecia estar dizendo a verdade. Enquanto guardava algumas roupas, olhava o relógio repentinamente.
- Vai para onde? – Perguntou Silveira, não obtendo resposta.
- Fiz a minha parte delegado. Agora quero que você vai embora! E faça a sua.
- Que lugar eu procuro no edifício Pantheon?
- Porta de entrada, banheiro feminino, penúltima privada sem água. Está embaixo.
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Caminhos De Uma Sentença
Misteri / ThrillerA história é sobre um esboço de um aspirante a escritor seguindo uma linha investigativa juntando o ponto de vista de quatro personagens e suas expectativas. Um jogo de traições, assassinatos e mentiras em um universo que um jovem escritor, revela e...