Passou rapidamente em dois lugares, cuidando que ninguém o visse. Eram dias difíceis. Seu rosto se multiplicava em todos os jornais e revistas. ASD virou notícia e seu pai ficaria orgulhoso. Não tinha o que se preocupar. Não existia provas que o incriminasse. Sorria enquanto dirigia o carro de Martha. Era uma droga de carro, mas estava servindo de grande utilidade. Um sedam preto, mais parecendo um motorista de carro particular. Sua camisa abotoada com os três últimos botões entreabertos. Estava transpirando mais do que deveria.
As duas rotas foram fáceis de lidar. A terceira, Samuel sentiu-se um fraco. O seu edifício, o de seu pai, agora estava todo apagado. Os filhos da puta, não deixaram nem as luzes da frente ligadas. Até os arredores dos outros prédios, já não pareciam mais o mesmo. Teria um trabalho dobrado para consertar tudo. Mas como toda a notícia, sem nenhum tipo de prova contestável, seria esquecida em pouco tempo. Tudo é esquecido e nada dura para sempre.
Algumas luzes da avenida da liberdade estavam queimadas, quando atravessou a pé até a beirada da escadaria, havendo faixas amarelas interditadas, quase novas. O edifício Pantheon, agora, parecia um grande bloco de concreto retangular e sem vida. O jardim da frente, pisado, as palmeiras quebradas, marcas de pneus por toda a calçada. As janelas panorâmicas em alguns lugares quebradas com faixas de interditado.
Samuel respirou fundo, quase sentou na calçada se seu ego não falasse mais alto. Estava fraco e lamentou nas memórias de seu pai, quase tudo. Não se arrependeu de nada, mas lamentou. Quatro edifícios ao redor ficaram a venda depois do tiroteio. Não entendia como e porque tinha chegado tão longe. Tudo era tão simples de se resolver. Pessoas morreram, empresas caíram, tudo, por que? Onde estava Grify para resolver todos esses problemas?
O prédio sumiu em sua mente, começou a voltar para o carro. Viu duas viaturas da polícia rodando o local. Já dentro do carro, passou em frente a uma movimentada lanchonete com paredes de micro tijolos, dobrou a esquina até o seu último encontro da noite. Entrou em um residencial conhecido pelos bosques artificiais. Chegando próximo a guarita, parou.
Olhou o relógio que marcava 21:43pm. Lentamente aproximou da guarita, reduzindo os faróis do veículo. Um guarda olhou de relance por uma janela até a placa do veículo. Era cadastrado, não tinha a necessidade de averiguação. Disse no rádio para outro guarda para liberar. Em menos de dois minutos, Samuel já estava entrando na garagem da mansão. Quando apertou o controle eletrônico, no molho de chaves, as luzes laterais acenderam, por toda a garagem. Fechou, quando estacionou o veículo dentro.
Caminhou pela lateral que dava em um pequeno jardim com pisos de granito e escadas nas bordas dos morros, esteticamente colocados e cobertos de um gramado muito bem cuidado. Martha era uma mulher apaixonada pelo trabalho, era nítido em ver que separava totalmente um cômodo como escritório do outro lado do bosque, por uma trilha toda iluminada em intervalos de pequenos postes de luz. Não gostava de ter a noção casa, enquanto trabalhava. Até nisso era uma egoísta, pensou Samuel.
Atravessando o bosque, a escuridão se contornada pela trilha de granito iluminada. Isso dava uma sensação ruim, como se fosse observado pela escuridão. Não notou câmeras de segurança, a não ser na entrada da casa e na porta dos fundos, de acesso ao bosque. Quase um pequeno duplex de quatro cômodos formava o escritório. Transparente pelas janelas panorâmicas na lateral, com acesso a escadaria até o segundo piso. O designe em cor de areia, com persianas brancas, moveis lisos de cor branca e detalhes pretos.
A porta-dubla abriu, quando aproximou da vitrine. Entrou atentamente, analisando tudo e como estava organizado e muito claro. Apertou um interruptor, próximo a bancada de fotografias da madame, recebendo prêmios em festas de grife pelo mundo. Uma grande fotografia, entre a linha de saída da porta, mostrava uma mulher, com a clássica mão no queixo e um olhar fatal. Samuel observou, chamando sua atenção na fotográfica. Ela vestia roupas masculinas. Terno preto e luvas de couro brilhante. Desdenhou e continuou até o outro cômodo.
![](https://img.wattpad.com/cover/78886235-288-k153136.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caminhos De Uma Sentença
Mysterie / ThrillerA história é sobre um esboço de um aspirante a escritor seguindo uma linha investigativa juntando o ponto de vista de quatro personagens e suas expectativas. Um jogo de traições, assassinatos e mentiras em um universo que um jovem escritor, revela e...