A tempestade vem a calhar

2.8K 298 252
                                    


— Sim, eu lembro! – exclamou Hermione Granger, sentada em uma das camas monotonamente brancas. Com um curativo na bochecha e outro na testa, seus longos cabelos presos em um rabo de cavalo e os lábios rachados, ela tentava, de todas as formas, sorrir, mas a dor que sentia cada vez que esticava os lábios era imensa. — Isso foi há... há quantas dias?

Harry Potter e Rony Weasley estavam sentados em frente a ela, um de cada lado da cama. Eles não estaria ali se não tivesse autorização de Dumbledore para tal coisa e mesmo que não lhes fosse permitido, eles teriam dado de um jeito de fazer isso. Contudo, um pouco de choro havia sido perfeito para atacar o sentimental de Dumbledore.

Hermione, entretanto, ainda considerava a ideia que Dumbledore se preocupava com alguma coisa; ele não precisava de mais preocupação em sua cabeça, simplesmente deixou os garotos passarem a noite perto da amiga na enfermaria. Em situações normais, disse ela, ele não teria liberado. E isso estava claro pelo rosto de Madame Pomfrey e Minerva McGonagall, ambas em frente a porta da enfermaria, observando o trio.

A professora de Herbologia, Pomona Sprout, fora quem encontrara Hermione e os outros garotos no final do corredor da Lufa-Lufa, quando se dirigia a Sala Comunal da casa. Ela iria dar alguns recados, mas acabou encontrando uma porção de alunos desorientados, sem saber nada sobre o que lhes aconteceu nas últimas horas e quaisquer vestígios de tortura (apesar de que o comportamento de uns dois garotos e da própria Hermione chamava certa atenção de Minerva), mas era claro que eles haviam sido obliviados. Os respectivos pais das crianças, assim como os de Hermione, iriam ser contatos sobre o ocorrido, mas, por enquanto, tanto Dumbledore quanto Minerva queriam manter sigilo. A prioridade era descobrir o que estava acontecendo, para depois avisar os responsáveis.

Entretanto não era esse o único problema dos diretores. Cho Chang não era vista nas aulas há três dias e isso estava começando a chamar a atenção do Ministério que, por conta da competição, estava regulando a entrada e saída dos pátios frontais e laterais de Hogwarts e, por incrível que parecesse, Cho nem entrou e nem saiu da propriedade. Assim como com as crianças, seus pais apenas seriam avisados quando Dumbledore tivesse uma resposta.

Talvez a resposta estivesse bem em frente a Minerva McGonagall; Hermione. Já haviam feito testes com todas as crianças para se certificar de que eles haviam sido obliviados e nenhum deles havia visto Cho nos últimos dias (não que se lembrassem muito bem) e isso só deixava a cabeça da professora mais bagunçada.

— Eu estava indo conversar com Draco sobre... sobre o que estávamos fazendo no dormitório – sussurrou Hermione para os amigos, tentando fazer com que a professora e a enfermeira não lhe escutassem. — Eu lembro que... eu lembro de ver Pansy chorando no corredor, e Crabble e Goyle atrás dela. E então Draco apareceu. Ele não me viu, por que eu estava com a capa da invisibilidade. Esperei que ele saísse do corredor da Sonserina para que eu pudesse lhe abordar. Mas pah, levei um coice na cabeça. Não foi bem um coice, mas sim uma tijolada, eu lembro de ver um nas mãos de mim mesma.

— Si mesma? – perguntou Rony perdido.

Harry parecia entender o que a amiga estava dizendo.

— Você está dizendo que você mesma lhe deu uma tijolada? – questionou Rony novamente.

Hermione concordou com a cabeça: — Poção polissuco, segundo ano, lembra? Não poderia ser realmente eu, poderia? Eu estava em um dos banheiros do primeiro andar, presa com cordas e "ela" estava na minha frente, mexendo em uns caldeirões, assim como nós.

— Era Cho – disse Harry. Hermione concordou com a cabeça, enquanto Rony parecia cada vez mais confuso. — Foi a última que ela foi vista. Ela te atacou no corredor da Sonserina, tomou a poção polissuco, que já deveria estar pronta há certo tempo, e se passou por você ao falar com Draco. Isso se ela realmente falou com Draco e não foi fazer algo no seu lugar.

O Destino de Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora