O que acontece lá, não acontece aqui

6.9K 665 645
                                    

TEMPO ATUAL. – 10 DE SETEMBRO DE 1994

— Draco? – ele escutou uma voz ao fundo chamar seu nome. Tudo estava rodando, as pessoas, os objetos, a comida. Draco não conseguia escutar direito o que as pessoas estavam dizendo ao seu redor. Os professores já não estavam mais presentes e o cálice de fogo fora guardado por Filch. Mas, mesmo assim, Draco era o único de pé, perdido na multidão de olhares que o interrogavam com os olhos.

O que estava acontecendo?

— Draco? – a voz pontou a interromper o fluxo de pensamentos atordoantes que pulavam da mente do garoto. Ele virou levemente o olhar para Pansy, com a mão em seu ombro, um olhar aterrorizado. Ela estava realmente preocupada com Draco. — Draco, você está bem?

Draco olhou ao redor por alguns instantes. Suas suspeitas estavam certas. Todos, sem exceções, estavam olhando para ele, até mesmo Hermione Granger e Ronald Weasley, do outro lado do salão, que estavam igualmente arrasados com o que havia acontecido. Pansy tentava, de todas as formas, fazer Draco se sentar novamente no banco, mas era praticamente impossível, a força de Draco era considerável.

Quando Hermione e Rony levantaram-se de seus lugares e se dirigiram para fora do salão, Draco rapidamente correu atrás dos mesmos. Quando os alcançou, estavam nos primeiros degraus da escada.

— O que aconteceu lá? – gritou Draco para os dois.

Hermione e Rony estancaram no degrau e olharam para o Draco, o rosto vermelho, os olhos levemente lacrimejantes e a testa encharcada de suor. Rony cutucou Hermione, como um sinal para que eles não dessem bola para o loiro, mas a garota estava muito preocupada com a situação de Malfoy para lhe deixar daquela maneira ali.

— Draco... – ela disse, descendo a escada e se aproximando do menino. — O que está acontecendo contigo nesses últimos dias?

— Pó de fada – sussurrou Rony atrás da amiga, mas sem a intenção de brincar ou zombar Draco, que nem prestou atenção no menino ruivo. — Deve ser o que o pai lhe dá de café da manhã – agora, sim, Rony queira ofender.

Hermione deu uma cotovelada no amigo para que ele se afastasse:

— Draco – ela voltou a dizer. — Harry fez alguma coisa pra ti? Por que toda essa preocupação com ele? Vocês nunca foram amigos, eu não consigo entender o que está acontecendo.

— Por que vocês o deixaram colocar seu nome no Cálice? – Draco questionou, a respiração voltando ao seu normal.

Rony voltou a se aproximar.

— Acredite a gente não sabe. Harry foi trapaceiro, não avisou os seus amigos o que havia feito, independente da forma.

— Rony! – gritou Hermione, ficando zangada. — Por favor, vá fazer o que te pedi. A gente não tem muito tempo. Rony, por favor!

O ruivo levantou as mãos para o ar e saiu correndo pelas escadas, em direção aos corredores. Draco ficou levemente intrigado com o que Hermione havia pedido ao garoto para fazer, mas ele tinha outras coisas para se preocupar.

— Não sabíamos disso, Draco – disse Hermione, as mãos nos ombros do loiro. — Se soubéssemos que Harry faria alguma coisa parecida, iriamos o interromper. Draco, o que está acontecendo contigo?

Draco soltou uma grande quantidade de ar, enquanto tentava encontrar alguma coisa para se apoiar. Ele acabou por se sentar nos degraus da escada. Mesmo ali fora, era possível escutar os sussurros das pessoas sentadas no Salão, cochichando qualquer merda sobre Harry.

— Eu... Ahn... Harry – diz Draco.

Hermione balança a cabeça, não entendendo o que o garoto havia dito. Ela massageou o ombro dele levemente com seu polegar esquerdo.

O Destino de Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora