17. SEGREGAÇÃO
O suor escorreu por sua testa, desenhando um perfeito traço úmido até seu queixo quadrado e perfeitamente barbeado. Seu dedo polegar e o indicador coçavam a ponta de seu queixo, enquanto que os dedos de sua mão direita tamborilavam no tampo da pequena escrivaninha de madeira onde estava sentado.
A postura de Lincoln não era a mais adequada; suas pernas estavam abertas, sendo que uma delas estava flexionada e apoiada na cadeira onde estava. Descalço e vestindo apenas uma bermuda de tecido levemente fino, ele olhava para o quer que estivesse lhe tomando a atenção do outro lado do quarto. Seus olhos azuis zapeavam do seu foco de atenção para a janela por onde uma fina camada de luz atravessava o aposento, iluminado, apenas, uma pequena parte de sua cama, em um dos cantos do local.
Mesmo que tivesse todo o luxo ao seu dispor, o quarto de Lincoln não passava de um local apertado e empoeirado, com nada mais do que uma cama, uma pequena escrivaninha e dois quadros. Suas roupas ficavam em uma mala do lado de fora do quarto, no corredor. O único que acesso que tinha luz eram de algumas velas espalhadas estrategicamente pelas paredes e de sua própria varinha, agora depositada na madeira pobre de sua escrivaninha.
Assim como todos os seus outros pertences, a varinha era uma simples madeira canadense, coberta por uma fina camada de cristais e com o núcleo de uma simples pena de uma simples ave. Não era uma varinha pela qual poderia se elevar aos outros, mas uma da qual sempre iria se orgulhar. Ele já havia perdido as contas de quantas pessoas aquela simples madeira havia machucado, de quantas havia tirado a vida...
Suspirou baixinho. Mesmo que pudesse se orgulhar disso, o vazio que aos poucos começava a tomar conta de seu corpo parecia crescer a cada dia. Olhou mais uma vez para o foco de sua atenção e então para seu pé, enquanto descansava a cabeça em seu joelho flexionado.
A amanhã avançava lentamente, as nuvens tiravam o brilho do sol e nem os pássaros pareciam querer sair naquela "escuridão matinal". A janela de seu quarto lhe dava a visão dos fundos da grande mansão e do pequeno poleiro onde as corujas ficavam a noite e, geralmente, após voltar de uma entrega. Naquele dia, estranhamente, de nenhuma das corujas ali estavam. Todas, até mesmo a sua, haviam partido.
E ele não sabia para onde.
Levantou-se, o frio a manhã o arrepiando do tronco desnudo as pernas branquela, enquanto atravessa o quarto até a pequena peça presa à parede. Olhou, admirou e, por alguns segundos, achou que iria ficar mais algum tempo a prestigiar aquela obra, mas o som da maçaneta girando o fez acordar de seu "sono".
— Senhor? – uma mecha ruiva aparece por detrás da porta. Lincoln apenas murmura algo baixinho.
Bella apareceu atrás da porta, o olhar verde perdido no corpo do Senhor, enquanto parecia esquecer pelo motivo de estar ali. A garota desviou o olhar para a obra na parede e então sua mente estalou.
— Anthony exige sua presença no salão – diz ela, ainda sem olhar nos olhos do Senhor.
Lincoln procura por uma peça de roupa adequada na pilha de roupas usadas no dia anterior; ele se veste com uma simples (e furada) camiseta cinza e coloca um par de chinelos.
Ao sair para o corredor, Bella ainda o esperava ao lado da porta, mexendo em sua mala com os pés. Ela, então, a profunda o seu olhar no de Lincoln: — Dormiu bem?
Lincoln resmunga algo baixo novamente, enquanto tranca sua porta com um simples mexer da varinha. Eles se encaminham para o fim de um corredor cheio de portas e de odor agre, como o de seu quarto e de todos os outros homens que ali viviam. No final do mesmo, uma grande escada espiral mostra-se obstruída por algumas roupas e um grande homem adormecido.
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O Destino de Draco Malfoy
FanfictionDraco Malfoy está no seu quarto ano em Hogwarts. Enquanto a escola é preenchida por um sentimento de aventura, por conta do Torneio Tribuxo, o loiro não consegue pensar em uma coisa além de Harry Potter, o garoto que o faz ter pesadelos quase todos...