21. UMA CONVERSA COM DUMBLEDORE
— Senhorita Granger, senhor Weasley – disse o homem barbudo, um pequeno e leve sorriso se formando em seus lábios. — O que vocês têm para me dizer?
Hermione mordeu os lábios. E Rony também o fez. Eles eram, agora, o foco daquela grande reunião que se fazia no escritório de Dumbledore; o professor os observava de forma astuta, a professora McGonagall com aquele olhar superior e Snape, de costume, com aquele rosto de desaprovação.
Enquanto Hermione parecia tentar dialogar pelos olhares com Dumbledore, Rony tentava encontrar Draco, mas o garoto simplesmente parecia não estar ali. Ele cutucou a amiga, mas ela nada disse. Como ele havia suspeitado, Hermione estava ali mais por Cho do que por Draco, apesar de que ambos os mistérios pareciam se conectar. O ruivo preferiu ficar quieto, enquanto observava uma tentativa falha de Hermione argumentar sem falar nada.
— Os olhos não conversam, senhorita Granger – comentou Severo Snape, os braços cruzados em seu peito, os cabelos caindo pelos olhos e os lábios fechados e discretos. — Se conversassem, a humanidade estaria mais avançada.
Hermione tentou soltar uma risada, para descontrair a tensão que estava se criando naquela sala, mas o que saiu foi um gravo muxoxo. Quem realmente riu foi Dumbledore, que agora caminhava por entre sua mesa, os dois alunos e o professor Snape.
— Hermione – disse o diretor -, apesar do comentário de Severo, eu conheço o que seus olhos querem dizer. Sente-se, por favor.
O diretor, assim também, colocou-se em sua grande cadeira cristalizada e segurou sua varinha com as pontas dos dedos, balançando-a em um algum ponto no ar que fez com que seis xícaras surgissem na mesa. Por sua vez, as xícaras voaram até Hermione, Rony, Dumbledore, Narcisa, Minerva e Snape. O mais velho balançou a cabeça em um sinal e Pomona Sprout, Sibila e Alastor Moody retiraram-se da sala aos passos leves.
A xícara de Snape retornou para a mesa e enfim desapareceu após a recusa do professor, que se deslocou até um dos cantos da sala. O mais longe – e menos aprofundado – que pudesse ficar do assunto, ele ficaria. No entanto, as vozes finas das pessoas que ali estavam não tinham como adentrar seu cérebro.
Minerva McGonagall observou o professor com seus olhinhos fechados, os óculos caindo em seu nariz. Se ela dissesse que nunca havia desconfiado de Snape em alguma coisa, estaria mentindo. Quantas vezes ela não teve a vontade de se transfigurar e segui-lo? Dumbledore, no entanto, parecia nem ter percebido que Severo havia se exilado do "círculo social".
— Rony, e você? – questionou Dumbledore, uma vez que Hermione continuava calada. — Vocês iriam preferir chocolate quente à chá?
Um sorriso se abriu no rosto de Rony: — Estaria ótimo, senhor!
Hermione olhou de lado para o amigo, levemente brava, mas não teve como se opor. Um leve toque nas xícaras e Dumbledore já havia trocado o chá por chocolate quente (fumegando) direto da cozinha de Hogwarts.
— É incrível como eles trabalham, coitados – comentou o diretor, agora sobre os elfos domésticos da cozinha do castelo. — Se aceitassem salário, pelo menos, não me sentiria tão culpado em tê-los.
— Se contratasse pessoas, ao invés... – Hermione pensou ter comentado em sua mente, mas as palavras haviam fugido de sua boca para os ouvidos de Dumbledore, que agora sorria para ela. — Desculpe.
Rony deu um longo gole em seu chocolate, sujando não só o canto de sua boca como, também, a mesa do diretor, que rapidamente pareceu absorver a sujeira.
— Por que minha mãe não usa isso? – Rony olhou surpreso para a mesa, que claramente parecia estar enfeitiçada. — Esperta ela, né?
O clima estava começando a ficar desconfortável quando Minerva McGonagall suspirou alto o suficiente para que todos pudessem lhe escutar. Alvo Dumbledore fez com que a sua xícara desaparecesse, assim como a de Hermione – na qual a garota ainda não havia tocado – e apenas deixou a senhora Malfoy e Rony com as suas.
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O Destino de Draco Malfoy
FanfictionDraco Malfoy está no seu quarto ano em Hogwarts. Enquanto a escola é preenchida por um sentimento de aventura, por conta do Torneio Tribuxo, o loiro não consegue pensar em uma coisa além de Harry Potter, o garoto que o faz ter pesadelos quase todos...