O amor é para os espertos.

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Eu Envelheço,

Quando eu vejo a vida passar e não corro para acompanha-lá...

Talvez por medo. Medo de quê? O tempo corre.

Eu Envelheço,

Quando o medo toma conta do meu ser e eu nada faço para me proteger...

Proteção contra o quê? Seja o medo, seja o amor. Seja o que for.

A concha é mais atrativa.

Eu Envelheço,

Quando a vida me dá um sorriso, mas insisto em chorar...

Chorar lava a alma, costumam dizer, alma lavada para quê?

Banho de chuva não mais, dançar na chuva quiçá.

Eu Envelheço,

Quando a chuva cai e eu não mais quero me molhar...

Molhar para quê? A alma já transborda.

Eu Envelheço,

Quando leio uma poesia e não consigo me encantar...

O encanto se perde nas ondas do mar revolto,

E nada se pode fazer.

Eu Envelheço,

Quando a palavra me segue, mas eu não quero escutar...

Sons desconexos para acompanhar o meu viver.

Meu viver é aqui, é ali, por baixo dos panos e entregue ao infinito.

Infinito de mim, de eu... De você, não.

Eu Envelheço,

Quando o mundo muda, mas insisto em continuar a mesma...

Ignorando a metamorfose que rega a vida, apática.

A mágica é perdida, o ilusionismo se torna mais um desiludido que caminha só.

Envelhecemos, todos nós;

Quando não mais damos uma chance para o amor...

O amor é para os espertos.

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