Bóia-fria.

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Sob o sol do meio-dia, lágrimas descendo livremente pela face rugosa.
Sem espanto, sentia, o ranger dos ossos. A enxada o acompanhava,
Sua eterna namorada, quando a moça abandonou-o e foi se aventurar por outras bandas.
Que saudades que sentia, o coração surrado até apertava.
Lá se fora sua menina, levando consigo a esperança desalmada.

O sol queimava que era uma lasqueira,
Fazendo brotar suor e aspereza,
Seu desejo de bóia-fria era a chuva no final do dia.
Que fosse para longe toda secura, sua e da terra.
Que ficasse perto o canto dos pássaros, melhor remédio.
Remediado estava, desejando calmaria;
Pensou no mar que não conhecia e em Laurinha que um dia conheceu,
Assim não percebeu findar o dia e nem a lágrima que escorreu.

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