Ipê.

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Árvores de Ipê pelo caminho,
Cá estou eu, contando os passos, sozinho.
Eis que a solidão vem me cumprimentar, amiga de longa data; diferente está.
Mais dura, seca e indiferente às minhas tentativas de não oscilar.
Teria ela, e também ela, desistido de mim?

Oscilando, sigo caminhando - meus medos divididos em cada mão.
Os ombros pesam, o peso do mundo. O peso que optei por carregar.
Tropeçando nos espinhos e ferindo os pés descalços, ouço distante
O canto dos pássaros.
Felicidade genuína, não sei como explicar;
Pois mesmo aos trôpegos, incertos e medrosos e insones como eu, ainda há natureza.
E motivos para cantar...
Ou apreciar o canto dos mais ingênuos.

Ingenuidade passa longe de mim, apenas a solidão, taciturna
Me acompanha até o fim.

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