O caos somos nós.

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Eu não queria ter de decidir a minha vida aos 21 anos;
Não quando sou inconstante, mas um dia essa inconstância há de passar? - as lágrimas estão a transbordar.

Todo início de ano é calmo, cristalino, e nem parece que vai doer. Chega Julho e você não tem ideia do que fazer, quando os planos estavam à toda em Janeiro e já começavam a sair dos trilhos em Fevereiro. Quem há de entender?

Enquanto estão curtindo as festas juninas e afins, o céu trovoa e os trovões acalmam algo aqui dentro de mim; no início parecia tudo tão mais simples, desde cálculos matemáticos à escolher qual roupa vestir.

O medo devia ter um tempo limite para existir, assim, só para não complicar ainda mais! - ah, só vou sentir medo até os quatorze.
Que nada...

Você precisa acordar, pálpebras pesadas após mais uma noite sem dormir.
Acordar pra quê? - a vida convida para dançar.
Errando os passos, elefante na corda bamba, a platéia do circo é a tua mente, mulher, tramando contra você o tempo todo sem dar sossego. Trama boa, pena que não tem ninguém para assistir...
Você assusta as pessoas.

Lá fora trovoa, cá dentro transborda.

Angustias, lampejos e o que mais tiver, desce mais fácil com vinho ou café, o cigarro você já deixou de lado; mas os dedos juntam-se, elegantes, prontos para um trago - estão vazios.

Espaço oco, vão das ideias e ideais, teu transtorno compulsivo é olhar somente para o próprio umbigo, assim nunca que vai ver quem olha para você!
Quem olha? - a vida podia dar uma folga.
O calendário podia voltar para fevereiro, retroceder, lá tudo fazia mais sentido... Não, isso foi em janeiro. Retroceder ao ventre de minha mãe e sair de lá novo ser, ou abortar a missão para não sofrer. Se pudesse prever seria tudo igual?
Às boas modas, um brinde. Beijo na boca ocasiona o toque;
O toque, o gemido...
O gemido, o fim.
Aspirina... Aspirante a alguma coisa.
Coisa de uma hora atrás, eu estava bem; agora não mais.

Maldito Julho.

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