A menina.

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A menina chorou,

A vida era mais cruel do que seu avô lhe ensinou.

Perceber a extensão de uma dor lhe foi desesperador,

E a menina sofreu... Observou o vento sacudir as flores de seu jardim.

E logo tudo morreu.

Sonhos mortos para deleitar a tristeza.

A menina chorou, a vida soando cruel demais para quem desejava melodias suaves.

Cada flor, cada pétala; toda ela, despedaçada.

Palavras de afeto tornaram-se nada.

E ela nada, nada contra a correnteza e desafia a maré.

O mar torna-se inimigo e ela vai perdendo a fé,

A menina chorou.

"Cadê o respaldo?" com lágrimas nos olhos indagou,

A resposta do silencio, sufocou, por vezes ela lembrou do avô.

Oh, sim, a vida era mais cruel do que seu avô lhe ensinou...

O coração pesando uma tonelada e sem saber desempenhar suas funções;

A cada madrugada acordada, uma vontade adormecida.

Amanhecia o dia, a menina se maquiava.

Maquiava as lágrimas para esconder a agonia.

A agonia de saber que viver dói e dói de forma fina,

São agulhas de acupuntura espetando a alma.

A menina chorou.

A vida, traiçoeira, deu-lhe uma rasteira e nada ficou.

Caída, maquiada e perdida, esperou o vento passar.

E com a ida do vendaval, foi-se junto a calmaria.

A menina sorriu, tornara-se tempestade.

Impetuosa, tudo ela destruiu.

A vida soava mais dura do que seu avô lhe ensinou.


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