Às mulheres, idiossincrasias.
O batom vermelho perto do fim, passo a ponta do dedo para render;
Meus anseios longe do fim, cada esquina faz meu corpo tremer.
Não precisa encostar para falar, vamos manter uma distância civilizada.
Não altere a voz, sou uma flor, delicada.
O batom vermelho perto do fim, culpa dele...
Aconteceu.
Boa moça usa tons neutros, tons pastéis;
Tons de um rosto sob o véu.
Não há motivos para me rechaçar, a saia
prometo não mais encurtar... É só um pedaço de pano.
Vê? Pode queimar.
As poesias que escrevi, libertação, cinzas. Querem falar a minha voz,
Querem falar por nós.
Mulher não tem voz, tem curvas e anseios;
Na curvatura da vida, cada ação almeja respeito.
Não foi a saia ou o batom;
Foi a sociedade, fora do tom.
Oh, pequenina...
Menina-mulher, esse sangue da vergonha mancha as vestes - inunda a inocência.
Te faz maior.
O batom vermelho perto do fim,
Desde criança, inúmeras preocupações e regras de etiqueta: cruze as pernas.
Quero dirigir um caminhão!
Todas nós, um vulcão.
Mulher não tem voz, tem sentimento e seios.
Seios fartos para atrair o olhar alheio, sentimentos tumultuosos para o espanto de terceiros.
Às silhuetas, um brinde.
Só de passagem, dê um sorriso.
O batom vermelho está perto do fim...
Idiossincrasias de mulher, resistência.
Transpõe-se no poema a mágoa cuja pena é o meu penar -- o teu.
Cada lágrima não colhida por angústias bem plantadas.
Oh, pequenina...
Veste um sorriso e vá à luta, o sol brilha para você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Poemas Desmedidos
PoetryVês? Sem medida criou o extraordinário, ordinário, que encanta almas em busca do próprio relicário. Pra quê medir? Se vai ultrapassar. Transbordar. Deixa a escrita fluir, menina; Deixa fluir e no final cê vê no que dá, afinal... São apenas Poemas...