Capítulo 38

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 Aaron

 - VOCÊS TEM NOÇÃO QUE ELA PODERIA TER MORRIDO?? - Gritou a Annie e fizemos cara de culpados. Minutos atrás, o Dylan ligou dizendo que tinha encontrado a Mel e que ela tinha sofrido um acidente. Agora, estávamos todos reunidos na sala de espera do hospital esperando por notícias suas.

- A culpa de tudo isso é das tretas de vocês, por isso eu não me envolvo em nada. - disse o Jack erguendo as mãos e se livrando da maldita culpa que corroía todos nós. 

- A culpa é do Aaron, a treta só começou porque ele beijou outra! - Todos me olharam como se eu, realmente, fosse o único envolvido e eu semicerrei os olhos para o Dylan e sua idiotice.

- A culpa é sua, Dylan. Você que não aguenta o fato da Mel estar comigo e só precisava de um pretexto para me bater! - Retruquei e os olhares foram desviados para ele.

- Me poupe! Você sabe que se eu a quiser, eu só preciso estalar os dedos pra ela te deixar e vir correndo para os meus braços. - Antes que eu pudesse fazer algo, o Justin que estava próximo a ele, apontou o dedo na sua cara de forma ameaçadora.

- Não se refira a minha irmã como se ela fosse uma cachorra! - Rosnou o Justin

- Fala o garoto que vive correndo atrás de uma mulher, acho que o cachorro da família é você. - Os gêmeos seguraram os braços do Justin e o afastaram senão outra briga teria início e um hospital não era um lugar adequado. 

- VOCÊS NÃO CANSAM? A MEL ESTÁ NESSE HOSPITAL POR CULPA DE VOCÊS E NEM PRA FICAREM QUIETOS VOCÊS SERVEM? - Gritou a Annie e a moça da recepção lançou mais um olhar feio para nós.

- A culpa de tudo isso é da Mia! Ela sempre é a culpada de tudo! - O tio Brian que até então não tinha falado nada, se pronunciou. Oito pares de olhos se voltaram para ele e gritaram de uma única vez:

- A CULPA É SUA, BRIAN! - Ele levou a mão ao peito e se fingiu de magoado.

- Se você não tivesse nos proibido de ir a festas... - Iniciou o Austin.

- Nós não teríamos dado uma festa na sua casa... - prosseguiu o Ethan.

- O Aaron não teria beijado uma mulher na frente da Mel... - Falou o Dylan.

- A Mel não teria visto o Dylan recebendo um boquete... - Continuei.

- Eu não teria batido no Dylan e dado início a briga... - Foi a vez do Justin.

- Nós não estaríamos distraídos... - Disse o provável filho do Brian.

-  E não teríamos perdido a Mel de vista... - Emendou meu irmão.

- E agora ela não estaria em um hospital! - Concluiu o Jack.

Foi a vez da Annie lançar um olhar acusatório para o tio Brian, ele merecia o título de pior babá do mundo.

- Não tentem jogar a culpa em mim, não percebem que a culpa de tudo é da própria Mel? Ela quem me fez proibir vocês de irem a festas. Ela que provoca o ciúme e a discórdia entre vocês... - Ele não conclui seu pensamento pois a voz da Annie o interrompeu.

- Vocês homens gostam de jogar a culpa nos outros, mesmo sabendo que todos são culpados. Bando de imbecis! - Resmungou e prosseguiu: - Acho bom não acontecer nada grave com a Mel, caso contrário eu vou dizer a Mia e ela vai se encarregar de matar um por um de formas lentas e dolorosas. 

Sem dizer mais nada ela saiu da sala de recepção deixando nove marmanjos com cara de tapados e um peso enorme na consciência.

Cerca de uma hora depois, um médico apareceu procurando os familiares de Melanie Thompson, todos levantaram de uma só vez o que assustou o homem. O mesmo disse que ela sofreu uma forte pancada na cabeça e machucou o braço direito, não houve nenhuma fratura, além disso apenas alguns arranhões que logo cicatrizarão, ainda assim ela precisaria passar cerca de quinze dias de repouso. Era o tempo que tínhamos até nossos pais voltarem. A Annie nos obrigou a reversarmos os horários de quem ficaria no hospital, depois de uma enorme discussão, todos concordaram. Como seria por ordem alfabética, eu fui o primeiro.

Mel

It's been a long day without you, my friend

And I'll tell you all about it when I see you again

We've come a long way from where we began

Oh, I'll tell you all about it when I see you again

When I see you again  

Sentia como se a música estivesse tocando na minha cabeça. Pelo visto eu tinha morrido e minha família estava prestando homenagens. Ao menos eu tinha ido para o além com estilo.

Forcei meus olhos a se abrirem pra descobrir se eu estava no céu ou no inferno. Uma luz branca encandeou meus olhos, mas eu só tive certeza que estava no céu quando avistei um anjo. Se eu soubesse que o céu era tão bem frequentado, teria morrido antes.

 Ele era loiro, lindo e estava com o rosto machucado, talvez tenha se ferido tentando me salvar da morte.

- Ei, você acordou! - se levantou da cadeira e veio até mim.

- Onde estão suas asas? - Perguntei procurando algo diferente no seu corpo.

- Se você está querendo me chamar de galinha, eu já disse que não fiquei com aquela garota. - O olhei meio desconfiada, sobre o quê ele estava falando? O mesmo parou ao lado da cama e segurou minha mão.

- Você se sente bem? - Ele parecia preocupado comigo, talvez fosse meu anjo da guarda.

- Sim, por que eu me sentiria mal? Estou no céu, tenho um anjo da guarda lindo, a única coisa que falta pra tudo ficar melhor são suas asas. Onde elas estão? - Sorri gentil pra ele. Talvez suas asas ficassem escondidas e ele só as usasse quando precisasse.

- Eu não tenho asas. - Respondeu sorrindo, o que o deixava ainda mais lindo. - E eu amo a forma como você faz piada de tudo. - Sua mão tocou meu rosto e ele me encarou de uma forma tão fofa que eu me perguntei se eu podia ser banida do céu se pegasse um anjo. 

Desviei meu olhar do seu para saber como era minha nova morada, mas o céu não parecia em nada com o quê eu imaginara, parecia mais um quarto de hospital. Parei de divagar nos meus pensamentos quando uma mulher loira bastante bonita entrou no local, ela olhou para o meu anjo e aquilo me incomodou, havia putiane no céu?

- Olá. - falou de uma forma que pra ela devia ser sensual, mas acho que ela falhou, depois de comer meu anjo com os olhos e ele responder um "oi", ela desviou o olhar pra mim e só então eu notei uma espécie de bandeja nas suas mãos com um objeto de tortura.

- Eu espero que você não esteja pensando em usar esse negócio em mim. - Apontei para a injeção que ela trazia e tentei cruzar meus braços em frente ao corpo, o que não deu certo pois um dos meus braços estava muito dolorido. Pera... O quê?

- Gente, eu morri? - Perguntei confusa e a mulher me olhou como se eu fosse louca.

- Graças a Deus, não. - Respondeu o anjo, que agora não era mais anjo, ou seja, não seria pecado pegar ele. - Vou avisar aos outros que você acordou. - Ele fez menção de sair do quarto, mas eu gritei o fazendo parar.

- NÃO OUSE ME DEIXAR AQUI, ELA VAI ME TORTURAR COM ESSA INJEÇÃO. - Choraminguei, ele sorriu mas não saiu do quarto.

- Não precisa ter medo de injeção é pra diminuir as dores, Mel. - Disse suavemente e o olhei meio perdida.

- Quem é Mel? 

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Os capítulos serão pequenos, mas como estou de férias este mês, postarei com mais frequência. Desculpem as duas semanas sem capítulos, eram semanas finais na faculdade e minha mente só está querendo trabalhar para o meu outro livro.

30 Dias Com Eles |PAUSADO|Onde histórias criam vida. Descubra agora