Capítulo 47

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Alguns minutos antes...

Saí do meu quarto dominada por uma raiva imensa. Ainda ontem o Aaron teve a cara de pau de dizer que gostava de mim, e agora eu descubro que dias atrás ele tinha ficado com outra e não teve a decência de me dizer. Ele me enganou, caralho! E ninguém faz Mel... Eu não sei nem o meu sobrenome! Porém, eu sei que ninguém me faz de trouxa e escapa ileso.

Encontrei o indivíduo na sala jogando videogame com seu irmão.

- Você! - disse, apontando pra ele e me aproximei.

Ele me olhou de relance, pausou o jogo e se levantou. Aquele maldito sorriso lindo se abriu e eu quase esqueci que queria matá-lo.

- Bom dia. - falou ele, esticando o braço para me tocar e eu recuei. - Aconteceu alguma coisa? - perguntou preocupado.

Ah, mas era bom ele se preocupar. E muito!

- QUANDO VOCÊ IA ME CONTAR? - gritei sem conseguir controlar a raiva.

- Contar o quê, exatamente? - e ainda se faz de burro.

- QUE VOCÊ BEIJOU OUTRA!

Ele me encarou confuso.

- Mel, de onde você tirou isso? - seu tom de voz era calmo. - Eu juro que a única pessoa... - eu o interrompi.

- CHEGA DE MENTIR, AARON! EU SEI QUE VOCÊ ESTAVA COM OUTRA NO DIA EM QUE EU SOFRI O ACIDENTE!

- Ih... Fudeu. - alguém comentou e até então eu não tinha percebido que tínhamos plateia.

Meus irmãos, os gêmeos, o loirinho e o tal do meu ex, estavam ali.

- Ah, aquilo. - ele continuava calmo, era mesmo um profissional na arte de iludir. - Eu posso explicar.

- EXPLICAR? - dei uma risada irônica - EU NÃO QUERO EXPLICAÇÕES! SEU IMBECIL! - avancei sobre ele dando socos em seu peito, usando toda a minha força. - IDIOTA! BABACA! CRETINO! MENTIROSO!

- Mel... - ele segurou meus pulsos, seu toque causava reações em meu corpo e eu queria tanto esquecer isso e beijar aqueles lábios carnudos... que foram beijados por outra!

- ME SOLTE! - ao invés de me obedecer, ele puxou meu corpo para mais perto do seu e seus olhos azuis me encararam profundamente.

- Você precisa me ouvir.

- EU NÃO QUERO OUVIR NADA VINDO DE VOCÊ! - mordi seu braço com força e ele me soltou.

- Mel, pare de agir feito uma criança e vamos conversar. - Ah não, ele não me chamou de criança.

Minha raiva triplicou.

- CRIANÇA? EU NÃO ERA CRIANÇA ONTEM QUANDO SUA LÍNGUA TAVA NA MINHA BOCA!

Aaron soltou um suspiro pesado, mostrando que estava se irritando.

- Mas está agindo feito uma agora. Me deixe explicar o que aconteceu. - ele pegou minha mão.

Aquela maldita sensação voltou. Uma espécie de formigamento por todo o meu corpo e a vontade imensa de... Não, eu não iria fraquejar agora. Estreitei os olhos e dei um tapa na sua bochecha.

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