Capítulo 21

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SAMANTHA

Eu não dormi direito, e aposto que o Miguel também quase não dormiu, mas ele tinha que trabalhar e eu buscar a Olivia na casa da Flávia.

A noite toda eu fiquei pensando sobre qualquer ligação entre tudo isso e a Bruna, mas eu não sabia por onde começar ou como.

Eu precisava da ajuda da Flávia.

Nessa hora, a minha melhor amiga me ajudaria a saber a verdade por trás dessa confusão toda.

Peguei meu celular e liguei para ela.

- Alô? Sam? O que foi? – Ela atende depois de chamar duas vezes.

- Flávia, eu preciso da sua ajuda amiga.

- Claro, o que foi? O que for, eu estou dentro. – Ela diz me provocando uma risada.

Contei para ela tudo o que estava acontecendo, sem deixar de fora nenhum detalhe. Eu precisava disso, desabafar e descobrir a verdade por trás de tudo isso.

No final, Flávia apenas pergunta qual é o meu plano e eu sorrio.

Era ótimo poder contar com ela nesse momento.

*

- Você tem certeza de que é aqui? – Flávia perguntou enquanto encarava o tal bar que o Miguel havia encontrado a Bruna.

- Sim, é aqui mesmo. – Digo, arrumando a bolsa no meu ombro.

Estávamos ambas de calça jeans, uma blusa básica e sapatilha. Não queríamos chamar atenção, ainda mais a Flávia que era casada com um cara rico e uma ex-modelo famosa.

Fora que eu tinha certeza que se o Marcelo soubesse que eu arrastei ela para isso, ele me mataria.

Assim que entramos no bar, meus sentidos são atingidos em cheio. O cheiro de bebida barata, o cheiro forte de cigarro e a música saindo de uma jukebox que parecia já ter visto dias melhores. Aquele bar bem clichê, e perigoso.

Eu e Flávia nos sentamos no balcão e esperamos alguém nos servir. Tínhamos que agir sem levantar suspeitas, afinal, eu não tinha muita ideia do que a Bruna estava metida e também não queria me arriscar.

- O que duas belezinhas como vocês estão fazendo nesse bar repleto de homens velhos e feios? – Um homem alto, vestido todo de preto e com o cabelo loiro escuro bagunçado, pergunta para gente.

Caramba, até o barman de lá era um clichê ambulante.

Mas era bonito de uma maneira rústica.

Eu olho para a Flávia que me da um aceno discreto para eu ir em frente.

Volto meu olhar para o homem que continuava a encara a gente com um olhar um pouco duvidoso.

- Hm, eu gostaria de saber se uma moça, loira dos olhos claros e bem vestida, esteve aqui algum tempo atrás.

O barman olha meio contrariado para gente.

- Esteve sim, por que?

- Nada, eu só queria saber se, sei lá, se ela esteve aqui mais cedo com alguém ou sozinha, se ela estava lúcida quando chegou aqui e tudo mais...

Não tínhamos trocado nomes com o barman, mas naquela hora, eu bem queria saber o nome dele para gritar com ele ou balança-lo, só para ele falar logo e não ficar enrolando, enquanto secava alguns copos.

Logo, ele se virou para a gente novamente e suspirou.

- Olha, eu não sei de nada não. – E desviou o olhar.

Bem, merda.

- Qual é o nome do senhor?

- Lúcio.

- Então, Lúcio, meu nome é Samantha e essa aqui é a minha melhor amiga, Flávia, e a história é a seguinte... – E explico para ele toda a minha história com o Miguel, todos os tropeços, crises e lágrimas. E claro, toda a alegria que estávamos vivendo até ali. Eu não queria que ele tivesse pena de mim ou qualquer coisa do tipo, queria que ele se mancasse de que qualquer coisa que ele pudesse estar escondendo – e eu tinha certeza que ele estava escondendo algo -, poderia colocar em risco uma família linda e que finalmente estava se ajeitando.

E eu não deixaria isso acontecer.

Quando eu acabei, ele apenas me encarava, e eu o encarei de volta.

Eu não iria recuar.

Ele volta a suspirar, mas volta a falar.

- Ok, olha, eu não ia me meter nisso, ainda mais que eu recebi dinheiro e tudo o mais, no entanto, não posso deixar uma família se desfazer assim. Eu juro que pensava que ela apenas queria o namorado de volta, porque foi essa a história que ela me contou e eu fiquei na minha, mas enfim, essa mulher veio aqui e contou essa história sobre o ex, e que queria reconquistar ele. Eu achei bem louco, mas concordei. – Ele nos olha esperando alguma reação, mas estávamos concentradas em ouvir o resto da história. – Eu apenas liguei para ele e disse como ela estava, mas quando ela chegou, ela estava bem sóbria e tinha outra amiga com ela, uma magra e ruiva, bonitona também. E depois a ruiva foi embora e só a loira ficou aqui.

Amiga ruiva?

E caramba, ela realmente pagou o cara!

Ela estava mentindo!

Que cachorra!

- Que cachorra! – Flávia diz, revelando meus pensamentos naquele momento.

- Bem, obrigada, Lúcio, você me ajudou bastante.

Nos despedimos dele e fomos para fora do bar.

Já no carro, indo em direção para pegar a minha filha que estava com a babá da Flávia e o Heitor, começamos a conversar.

- Aquela safada mentiu para o Miguel, amiga. – Eu disse.

- Sim, e agora? Como pretender contar isso para ele?

- Pretendo contar agora! Quero que ele expulse ela, ou pelo menos faça ela dizer a verdade. Só sei que não quero mais ela lá.

- Você não acha meio precipitado?

- Não, amiga. Eu quero ela fora de lá, e é para hoje!

Eu podia estar sendo precipitada sim, mas não aguentava mais a presença daquela mulher do lado da minha casa.

Como Flávia é que estava dirigindo, eu aproveitei e mandei uma mensagem para o Miguel.

"Ela estava mentindo!
Acabei de confirmar com o barman do bar onde você encontrou com ela.
Quero que ela saia, JÁ!"

Ele me responde na hora.

"Eu vou resolver isso."

Ele se responde isso, o que me deixa preocupada.

Eu sabia que eles tinham uma história, então, para eu confirmar para o Miguel, que a ex e amiga dele, tinha inventado algo desse tipo, deve ter sido um baque.

Só espero que ele consiga resolver tudo isso.


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VEM TRETA HEIN, hahaha.
Eu me divirto tanto com os comentários de vocês que eu estou prolongando esse barraco eternamente, hahaha.

ps: se eu demorar um pouco mais, não se preocupem, é que eu vou entrar em semana de provas na faculdade e vou precisar desse tempo para mim.

Até o próximo,
amo vocês. <3

AMOR SEM MEDIDAS (SEM MEDIDAS #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora