MIGUEL
Eu podia sentir a adrenalina percorrendo todo o meu corpo.
O plano do Marcelo, era basicamente que eu fingisse que iria sozinho e enrolaria a Bruna enquanto ele tentava procurar as crianças. Eu sei que para enganá-la eu teria que usar meu charme e ter que dar em cima da mulher que hoje me causava asco. Mas pela minha filha, eu faria tudo.
O tempo passava e tudo o que eu podia pensar era na minha filha amarrada em algum lugar escuro e sendo presa por uma pessoa que tem alguma obsessão doentia por mim.
Meu Deus, será que e esse tempo todo a Samantha estava certa? Que eu estava errado e cego por tanto tempo assim? Eu sabia que a história do apartamento era mentira, mas nunca imaginei que ela podia ir tão longe.
E tudo era a minha culpa. Mesmo que falassem que não, eu sabia que era minha culpa.
Eu que me deixei envolver por ela em uma época que eu pensava que precisava de alguém, quando tudo o que eu precisava era de mim mesmo.
- Chegamos. – Marcelo diz me tirando dos meus pensamentos, e logo em encaro a mata que parece cercar todo o lugar e principalmente a casa velha e abandonada perto da árvore. Era tão óbvio, mas ao mesmo tempo, quem circula por locais desertos assim? Eu só sabia onde era porque eu tinha me perdido uma vez ali, justamente com a Bruna. – Você está pronto?
- Estou né, é agora ou nunca.
- Tem certeza? Qualquer hesitação e adeus o plano, me entendeu, Miguel?
Reviro os olhos.
- Pelo amor de Deus, Marcelo, vamos logo recuperar nossos filhos.
- Ok, já prendeu o colete no corpo certinho? – Marcelo tinha me obrigado a vestir um colete a prova de balas, ele também tinha um. Da onde ele tirou aquilo, eu nunca iria saber. Assim como a arma que ele tirou do porta luvas.
Meu irmão era uma pessoa precavida. Sempre foi. A primeira e única vez que ele foi impulsivo, foi quando ele conheceu a Flávia.
- Vamos nessa. – Ele diz, enquanto escondia a arma e descia do carro.
Eu desci atrás dele, pedindo a Deus mentalmente que o plano desse certo. E que as crianças estivessem bem.
Estávamos andando em direção a casa abandonada a passos cautelosos, porque a gente não sabia se a Bruna poderia estar espionando pelas janelas fechadas com cortina.
Ouvimos um baque alto e congelamos.
O que era isso? Será que aconteceu alguma coisa?
Foram as crianças?
Eu estava prestes a enlouquecer e sair correndo em direção a casa, quando eu vi duas figuras pequenas correndo em nossa direção totalmente apavorada.
Meu coração começou a bater forte ao ver minha filha correndo para mim.
OLÍVIA
Eu estava correndo o máximo que eu podia, e Heitor estava bem do meu lado. A gente podia ouvir a moça má gritando, e tentamos correr mais ainda.
Eu não queria voltar pra lá. Eu só queria minha mãe, eu só queria o meu...
- PAI! – Eu gritei quando eu vi a imagem dele aparecendo pra mim, do lado do meu tio Marcelo. Ele parecia confuso em um momento, mas ele logo veio correndo também.
Eu sabia que o meu papai viria me buscar. Depois que eu conheci o meu papai, ele sempre disse que eu era a princesa dele e que ele era o rei, que protegeria sua princesa para sempre.
- Meu amor! – Ele disse quando me abraçou apertado, me levantando do chão. A minha cabeça doía, mas eu sabia que tudo iria ficar bem agora. Fechei os olhos e abracei meu pai o mais forte que eu podia.
- Pai! Vamos logo embora daqui, a moça estranha vai voltar e... – Eu podia ouvir o Heitor gritando e gesticulando pro tio Marcelo, que logo o puxava pra longe.
- Vamos sair daqui, Miguel, agora! – Meu tio disse. – Eu já tinha avisado a polícia, eles vão chegar a qualquer minuto, vamos!
Papai logo começou a correr comigo no colo, e eu podia ouvir barulho de carros chegando em algum lugar, mas a próxima coisa que eu ouvi, foi um barulho alto, tão algo que machucou os meus ouvidos e eu sabia que alguma coisa deu errado.
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Esse capítulo é bem curtinho mesmo, porque o próximo é o último e logo depois vem o epílogo.
Está doendo mais em mim do que em vocês, podem ter certeza disso.Até segunda, com o último capítulo.
AMO VOCÊS.
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AMOR SEM MEDIDAS (SEM MEDIDAS #2)
Roman d'amourSegundo livro da duologia SEM MEDIDAS. SINOPSE: Samantha sempre foi a amiga que dava conselhos, a desapegada, a que tinha horror a compromisso sério, desde alguns erros no passado. Sua melhor amiga namorava o irmão do homem que ela mais odiava nessa...