18. Arabella

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A música estava alta e a pista de dança estava cheia. O acampamento deu alguns apetrechos na entrada como plumas para enfeitar o pescoço, chapéus e óculos divertidos. Aceitei de bom grado, entrando na brincadeira. Em outros tempos, eu jamais faria isso.

Matteo quem me mudara e era com ele que eu cantava Counting Stars a plenos pulmões, pulando e dançando. Deixamos nossos primos sociáveis demais conversando sobre qualquer baboseira que eles haviam encontrado em comum e fomos nos divertir. A diferença entre nós e eles é que voltaríamos cansados e suados enquanto eles voltariam bêbados e de barriga cheia depois de comerem todo o tipo de petisco que serviam.

Foi apenas ao fim da música que estávamos cansados demais e precisando repor as energias, que Matteo enlaçou meus ombros e me puxou para perto de nossos primos. Pegamos os copos cheios de um líquido que tinha um conteúdo que poderia nos embriagar na mesa atrás de Luigi e entornamos.

- Olha só se não são os dançarinos da noite. - Dante comentou.

- Olha só se não é o xavecador da noite, senhoras e senhores, Dante Bianucci. - Retruquei.

Seu olhar me fuzilou e todos na roda riram comigo.

- Qual é, Dante. Até eu entendi suas investidas. - Perla revirou os olhos.

Se tivesse alguma luz em cima de Dante naquele momento provavelmente revelariam as bochechas rosadas dele.

- Devemos dar privacidade? - Perguntou Francesco, virando-se de costas.

- NÃO! - Dante e Perla gritaram em uníssono.

- Caspita! - Foi Paola quem ofegou.

- Vocês precisam transar urgentemente. - Luigi falou, bebendo um gole do seu copo.

Aquela constatação fez a todos ali rirem - os próprios acusados principalmente, contidos no início, mas logo mostrando as bochechas vermelhas nas luzes que dançavam no salão e pousavam vez ou outra em seus rostos.

Balancei a cabeça em negação e me abracei à Matteo, sentindo seu braço forçando minha cintura e seus lábios beijando minha cabeça em seguida.

- Eu te amo. - Ele disse bem próximo à minha orelha.

Mordisquei o copo e levantei o olhar, ganhando um selar de lábios dele.

- Eu te amo, Bianucci.

- Vocês dois! Já chega! - Foi Perla quem se enfiou entre nós dois para nos separar.

- Para de empatar a foda dos outros só porque você não transa, Perla. - Foi a irmã gêmea quem falou, fazendo a outra arregalar os olhos. - O quê?

- Dio mio, quem é você e o que fez com a Paola? - Francesco foi quem falou, fazendo a garota se calar e ficar envergonhada.

- Parece que criamos caso demais por hoje aqui, Matteo. - Toquei a mão do meu namorado. - Vamos deixar esses pequenos polegares pensarem um pouco sobre a semente que plantamos na cabeça de cada um. Quem sabe amanhã não temos novidades?

Pisquei na direção deles, fazendo Matteo rir enquanto me afastava com ele para longe do salão.


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- Para onde está me levando, Arabella?

- É uma surpresa. Vem!

Arabella me puxava com força na direção da floresta. Era noite e o único jeito de iluminar era com a lanterna do celular. Deixei que ela me guiasse e levasse até onde quisesse já que confiava nela e sabia que não iria armar para mim - não mais.

Entre Segredos e PizzasOnde histórias criam vida. Descubra agora