26. Matteo

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Era difícil voltar para o colégio depois de tanto tempo longe. Os bocejos eram constantes e já faziam parte de mim. A única parte boa de tudo aquilo era que eu veria Arabella todos os dias e poderia tê-la em meus braços. Quem sabe até poderia levá-la em casa? Mas isso era assunto para outra hora, no momento eu só queria encontrar com a minha garota.

Foi por isso que, em meio aos bocejos, um enorme sorriso brotava em meus lábios. Eu saí daquele colégio como um homem solteiro e agora entrava namorando a garota mais incrível do mundo! Tinha os melhores amigos e primos ao meu lado, melhores amigas e primas da minha namorada. Poderia pedir por uma vida melhor?

Com certeza poderia ao ver a cena que me fez fechar a expressão no mesmo seguinte: Arabella estava abraçada nos enormes livros enquanto James estava em sua frente, os braços cruzados a princípio. Pareciam apenas conversar e, ao invés de correspondê-lo, Arabella parecia tensa. Me aproximei deles como um jato, completamente irritado e ignorando os chamados de Francesco.

- Bom dia, meu amor. - Disse entredentes, obtendo a atenção de Arabella que parecia aliviada por me ver.

- Bom dia, Matteo. - Ficou na ponta dos pés e eu selei meus lábios aos dela.

- Então é verdade? Estão mesmo juntos? - Ouvi a voz de James questionar.

Estava ignorando-o até o momento, mas agora seria impossível. Peguei os livros de Arabella que os deu de boa vontade, parecendo aliviada por ter tirado o peso dos braços. Me virei para ele, olhando-o por cima - ou o máximo que consegui. Não me importava o quanto ele fosse maior que eu na largura ou altura, nada daquilo me impediria de dar-lhe mais alguns socos.

- Estamos. Por quê? - Abracei Bella pela cintura, sentindo sua cabeça se aconchegar no meu peito.

- Só queria ter certeza. - Deu de ombros.

- Agora que você tem certeza, poderia deixar a minha garota em paz. O que acha? - Apertei sua cintura tentando encontrar forças para continuar sem vacilar. Por sorte, recebi o toque dos seus lábios em minha clavícula e aquilo foi o bastante.

- Sua garota? Uau, Bianucci. Quem diria que aquele soco seria ciúmes legítimo? Já estavam fodendo naquela época também? - Provocou.

Droga, aquele garoto não dava paz nem no primeiro dia se aula? Fui pra cima dele, mas Arabella me conteve e logo meus primos estava empurrando-o.

- Por que não vai embora, seu imbecil? - Dante o empurrou mais uma vez, acompanhado de Luigi enquanto Francesco me segurava com Arabella.

- Vai aprender a tratar uma mulher, seu animal. - Luigi disse enquanto James se afastava.

Ele deu uma olhada para trás e eu pude ver o ódio injetado em seus olhos uma última vez.

- Me desculpa por isso. - Arabella pediu à mim e aos meus primos.

- Não se preocupe com isso, Bella. A culpa não foi sua. - Sorri para ela, selando nossos lábios mais uma vez e sentindo a calma se apossar do meu corpo pouco a pouco.

- Esse cara precisa aprender a respeitar as pessoas! Ter senso do ridículo! - Dante falava mais alto do que o normal, totalmente irritado.

Sabia que aquela irritação toda tinha nome e sobrenome, e não era Arabella, mas era Pasini.

Vi as gêmeas se aproximando da prima, uma cabisbaixa e a outra de nariz empinado. Paola estava agarrada aos livros, não levantou os olhos nem para nos cumprimentar, ficando um pouco atrás de Perla. Ao ver o estado de Dante, Perla ficou um tanto desconfortável. Meu primo parou de falar por um momento, analisando a garota de cima à baixo e depois desviando o olhar com as mãos nos bolsos.

Entre Segredos e PizzasOnde histórias criam vida. Descubra agora