Capitulo 13

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Marta on

Fui até ao armazém, entrei e procurei o meu telemóvel em todo o lado.

Thomás: Toma.
Ele disse baixo, quase sem forças.

Não lhe agradeci.
Ouvimos um estrondo e olhamos os dois para a porta.

Thomás: Não!

Olhei para ele sem dizer nada.

Thomás: Eu não tenho a chave.

Marta: Estas a brincar certo?

Bati na porta com toma a força que tinha.

Marta: Alguém!! Socorro!

Thomás: Ninguém te vai ouvir.

Marta: Bem ao menos estou a tentar. Já tu.

Thomás on

Virei-me de costas para ela e fui-me sentar numa parede junto a uma caixa de bebidas. Abri uma e comecei a beber. Tinha álcool mas naquele momento foi o que me lembrei de fazer para não falar com ela.
Ela não me disse uma palavra e isso estava-me a irritar profundamente. Sentou-se no lado oposto do armazém.
Vi que ela estava a ficar cheia de frio mas ela disse para eu esquecer que ela existia e é isso que eu estou a fazer (pelo menos a tentar).

Marta on

Eu estava possessa com ele e só me apetecia gritar. Neste momento eu queria bater na Terese, eu estou de saia e de top a congelar numa arca frigorífica com provavelmente a pessoa que eu mais odeio neste planeta.
Mas vou manter a calma.... E respirar.
Peguei numa bebida e comecei a beber.
Ele estava quieto a olhar para mim.
Sinto um arrepio e pus os barcos à volta dos ombros.
Ele levantou-se sem dizer uma palavra e despiu o seu casaco veio até mim e deu-mo.
Eu não queria vestir o casaco mas eu ia congelar se não o fizesse. Aí!! Como eu o odeio.
Visto o casaco e ele sorriu e voltou-se a sentar. Desta vez um pouco mais perto de mim.

Terese on

Terese: Matheus não vejo a Marta à horas onde é que ela está?

Matheus: Não sei. Mas pára de pensar nela e diverte-te ela não é nenhuma criança.

Thomas on

Tirei o telemóvel do bolso mas estava sem rede. Atirei-o contra a parede podia ser que assim liberta-se alguma raiva... Mas não funcionou. Só fiquei sem telemóvel.

Thomás: Marta eu preciso que me ouças.

Ela não me respondeu e virou-se para o outro lado.

Thomás: Marta está-me a matar que não fales comigo, ao menos fala ou grita, bate-me mas faz alguma coisa.

Ela virou-se para mim.
E eu só pensei porque é que eu não fiquei calado...

Marta: Queres que eu fale eu falo.
Tu fizeste-me acreditar numa coisa que não existe eu até vim de saia ok!? De saia para uma arca frigorífica por tua culpa, melhor eu estou trancada numa arca frigorífica por tua culpa! E tu no entanto só me tratas mal... Foi para que o bilhete qual era o objetivo de eu te ver com ela? Eu não percebo Thomás explica-me!

Thomás: Que bilhete eu não estou a perceber?

Marta: Ah sim, como queiras.

Thomás: Eu não sei de que bilhete estás a falar. E desculpa se te magoei mas foi ela que me beijou.

Marta: Eu estou farta de ti! Qual é o teu problema comigo. Eu não consigo continuar com esta conversa porque eu irei te dar um soco.
Eu pensava que eras diferente mas és como todos os outros eu não consigo se quer olhar mais para ti porque....

Thomás on

Eu não conseguia ouvi-la mais a falar. Estava a dar cabo da minha cabeça e eu não estava a perceber nada. Por isso beijei-a.
Ela não se afastou e eu fiquei contente por isso. Até que ela me empurrou.

Marta: Thomás eu quero que me beijes mais, eu não quero ter nada haver contigo, eu não quero ser mais uma.

Thomás: Marta eu não sou assim como tu pensas e tenho pena que penses assim porque eu estava realmente a gostar de ser teu amigo. Acho te uma miúda incrível e aquilo que tu viste hoje fui eu a chatear-me com ela e ela do nada beija-me. E o que é isso do bilhete, eu juro que não sei do que estás a falar.

Marta: Eu estava no bar e uma miúda veio ter comigo, acho que o nome dela é Joana.

Ai!! Eu mato aquela miúda, ela e a Beatriz. E agora estou eu aqui trancado por elas terem inventado uma coisa qualquer e a minha Martinha ter acreditado nelas.

Marta: Ela entregou-me um bilhete a dizer para eu vir aqui ter contigo e estava assinado por ti. Então eu vim.

Thomás: Marta desculpa isto tudo é culpa minha. Eu preciso de te contar uma coisa.

Ela sentou-se mesmo ao meu lado.

Thomás: Como sabes a Beatriz é a minha ex-namorada, mas eu não gosto dela, ela é que pensa que sim, ou quer pensar que sim. Ela tem uma amiguinha que se chama Joana, que faz tudo o que ela lhe manda. Marta eu não vou nem quero mais olhar para a cara dela tens de acreditar em mim.

Ela não diz nada encosta a cabeça no meu ombro e adormece.

Marta on

Acordei com a cabeça no ombro do Thomás. Levantei-me sem o acordar.
Fui até a porta e bati nela o mais que pude. Eu não podia continuar ali mais tempo eu já não sentia os dedos.

Thomás: Isso é que é ter raiva de manhã.
Ele sorriu e mostrou as suas covinhas.
Ele fica tão giro com o cabelo assim despenteado e com a voz rouca.

Marta: Ahah que piada. Eu estou a tentar tirar-nos daqui.

Ele levantou-se e penteou-se com uma mão, tirando o cabelo da testa.
Vem até perto de mim e pega-me na mão.

Thomás: Tu estás gelada.

Tirei a mão.

Marta: É vou continuar se alguém não nos vier buscar.

Ele voltou a sentar-se e eu sentei-me ao seu lado.

Marta: Thomás porque é que me chamas Martinha?

Ele pareceu surpreso com a minha pergunta. Aproximou-se e eu conseguia sempre a sua respiração na minha pele.
Com uma mão tirou uma madeixa de cabelo que me caíra para a cara e sorriu.

Thomás: Porque quando te chamo tu coras e ficas envergonhada. Assim como estás agora.

Ele piscou-me o olho e afastou-se.
Acho que nesse momento eu parecia um tomate mas fiquei contente com a sua resposta.
Nesse momento a porta abriu-se e mostrou uma rapariga magra com uns 24 anos.
O Thomás levantou-se e eu também.

Thomás: Lily, bom dia.
Ele abraçou-a, afinal ela salvou-nos.

Lily: Bom dia, o que estão aqui a fazer.

Marta: Ficamos aqui trancados ontem. Ah acho melhor eu ir para casa depois falamos.

Ele olhou para mim e eu sai.
Não sabia muito bem se queria continuar assim com ele, chateada. Eu acredito no que ele disse e ele faz-me sentir bem... Feliz. Eu não sei bem... Mas também não vou pensar nisso agora. Só quero ir tomar um banho quente e deitar-me na minha cama.

O último pôr-do-solOnde histórias criam vida. Descubra agora