Capítulo Dezoito

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Lancei a Marchiori o olhar mais confuso que pude, mas ele estava ocupado demais abraçando apertado a amiga de Summer para perceber qualquer outra coisa. Todos eles me olharam com uma interrogação no rosto, porém apenas pude dar de ombros. Estava entendendo tão pouco quanto qualquer um deles.

– O que você está fazendo aqui, Lola? – Drake perguntou quando eles se soltaram.

– O que eu estou fazendo aqui? O que você está fazendo aqui?

– Essa é a festa de aniversário de que te falei.

– Halstead! – exclamou como se tivesse descoberto algo muito interessante. – É claro! – assentiu ao meu olhar. – Esse não é um nome muito comum. Suponho que deveria ter feito a ligação.

Drake sorriu daquele jeito superior de sempre, mas havia afeto amaciando as coisas. Confesso que nesse momento eu mesquinhamente senti ciúmes. Marchiori não era legal com... bem... ninguém. Mia e eu éramos basicamente a única exceção a essa regra. Griffiths pelos motivos óbvios e eu, porque era basicamente sua irmã mais nova. Então, sim, eu estava com ciúmes.

Não gostava de dividir meus irmãos. Nenhum dos três.

– Essa é Summer – deu um passo para trás e apontou para amiga. – Lembra que te falei sobre ela?

– Claro – ele assentiu, sempre bastante contido. – É um prazer. E esse deve ser seu namorado, Nick – olhou para Styles.

– É Harry, na verdade. Lorelai gosta de apelidar as pessoas – Summ corrigiu, lançando um olhar repreensivo para a amiga.

Blake deu de ombros, não se importando nem um pouco com algum tipo de explicação que tirasse Drake, Mia e eu de nossa bolha de ignorância – uma vez que estava claro que os outros sabiam de que ela estava falando. E, com a imensa paciência que lhe era peculiar, Marchiori logo se entediou com aquele tópico e se virou para mim.

– Você não me contou que indiretamente conhecia alguém ligada à One Direction – resmunguei.

– Não sabia – deu de ombros. – Estava sob a impressão de que o namorado da amiga de Lorelai fazia parte de uma banda chamada Backstreet Boys.

– "Uma banda chamada"? – repeti. – Você nunca ouviu falar deles?

Drake se limitou a arquear a sobrancelha, como se silenciosamente estivesse questionando minha sanidade por me atrever a fazer uma pergunta tão idiota. Era óbvio que ele não conhecia a banda.

– Às vezes me esqueço como você é esnobe.

– Às vezes me esqueço de como você parece pensar que eu me importo com essas futilidades.

Revirei os olhos de novo.

– Às vezes detesto você.

– Então acho que talvez eu deva ficar com aquele presente esnobe – arrastou a palavra – que comprei para você.

Franzi o cenho. Drake não me comprava presentes desde a briga épica que tivemos no meu aniversário de 18 anos – quando ele me comprou um carro.

Um carro.

Eu fiquei tão absurdamente brava com esse gasto que só voltamos a conversar quando ele prometeu nunca mais me dar presente nenhum. Estava estranhando bastante essa conversa e provavelmente teríamos evoluído bem rápido para uma discussão se não tivesse tido um pequeno insight de sobre o que ele estava falando.

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