Epílogo

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Tinha o olhar perdido no jardim para além das portas francesas abertas na sala de estar quando senti algo se chocar contra minhas pernas. Abaixando o olhar, encontrei aqueles olhos caramelo que tanto amava.

– Oi, meu amor – agachando-me até ficar da sua altura, sorri para meu filho enquanto ajeitava sua blusa xadrez, que havia se enrolado um pouco na cintura.

– Dinda disse que vai me dar um sapo de aniversário! – mal parava no lugar, saltitando nos pezinhos cobertos por um daqueles tênis adoráveis.

– Ah é? Ela disse, foi? – estreitei os olhos, porém, tendo a certeza de manter a falsa surpresa em minha voz. – Vem aqui, filho – peguei-o no colo e me levantei. – Vamos achar papai.

Meu marido estava encostado na pia, os braços cruzados e uma cerveja na mão enquanto conversa com Liam, fingindo ajudar a grelhar nossos steaks, quando, na verdade, Payne era quem fazia todo o trabalho.

– Rafiq, conta para papai o que sua Dinda Georgina disse.

Zayn arqueou a sobrancelha, encarando-me com curiosidade enquanto pegava nosso filho no colo, atendendo ao pedido silencioso dele quando ergueu os bracinhos em sua direção.

– Sapo! – bateu a mãozinha no peito de Malik. – Dinda vai me dar um sapo! Igual ao da princesa.

Ele arregalou os olhos para mim, olhando por cima da cabeça de Rafe, antes de voltar a atenção para o pequeno.

– Sério, filhão?

– No meu aniversário – balançou a cabeça várias vezes, seu cabelo muito preto caindo nos olhos.

Dando um passo, ergui a mão e penteei com os dedos o cabelo dele para trás.

– Rafe, acho que Noah está te chamando.

– Quero suco de maçã, mamãe.

– Tia Summ pega para você – meu marido o colocou no chão, apontando para a segunda tia favorita de Rafe. – Vai lá.

– Que história é essa de sapo? – Liam se aproximou depois de colocar a carne grelhada em um prato sobre a bancada.

– Desde que ele viu A Princesa e o Sapo, tudo sobre o que tem falado é sobre querer um sapo.

– Steve. O nome do futuro sapo, digo – Zayn acrescentou. – Acho que ele herdou a paixão da tia Kitty pela Marvel.

– Pelo menos ele não quer um crocodilo – de repente um sorriso malicioso apareceu no rosto de Payne enquanto seus olhos se iluminavam com um ideia repentina. – Se bem que assim ele se chamaria Louis. Tomlinson adoraria ter como homônimo um crocodilo gordo. Preciso perguntar isso a ele! Aqui! – empurrou a escumadeira de qualquer jeito na mão de Zayn e saiu atrás de Tomlinson.

– Malik, dê um jeito na sua irmã. Georgina não pode sair prometendo sapos para Rafiq – cruzei os braços. – Você sabe que ele não esquece. E ela tem uma tendência preocupante de cumprir as promessas mais loucas.

Meu marido, na clara intenção de me amaciar, colocou a escumadeira sobre a bancada, passou os braços por minha cintura e deu um beijo em meu pescoço.

– Não se preocupem com Geo. Ela fala da boca para fora.

– Ah! Você sabe que isso não é verdade – apoiei as mãos sobre seus ombros e arqueei a sobrancelha. – Geo tem a melhor das intenções nas promessas, mas a execução sempre dá errado de algum jeito.

Zayn abaixou cílios enormes em uma manobra que havia aprendido a reconhecer há tempos e que tinha como finalidade esconder uma revirada de olhos.

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