17°- CAPÍTULO ✝

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Continuo correndo, olhando toda hora para trás na esperança de ver o que está fazendo esses barulhos, mas está escuro demais aqui. Olho para frente ainda vendo a silhueta parada na grande entrada do túnel, na qual eu já estava perto. 

Ainda correndo, soltei um grito estridente assim que me assustei quando um poderoso rosnado ecoou pelo túnel. Olhei outra vez para trás, mas ainda não via nada.

Assim que virei meu corpo, ele se chocou com algo maior do que eu, me fazendo ir direto para o chão. E ao contrário de mim,
a pessoa se manteve intacta.
E a pessoa nesse caso era Damon, que apenas me olhava sem emoção. Nem para me ajudar.

- Porque? Perdeu a capacidade de levantar sozinha? - ele pergunta de maneira irônica e eu o encaro raivosamente. Eu já estou farta desses nossos encontros repentinos - Como se eu gostasse disso - ele completa e eu não perco tempo em me levantar e sair do túnel, que agora estava estranhamente silencioso.

- Você não tem o direito de ficar entrando na minha cabeça - disse, me colocando a sua frente - Pode ir parando com isso -aponto o dedo em sua direção.

Seu olhar vai do meu dedo para o meu rosto, mas ele não esboça reação alguma.

- Já se livrou do corpo? - Uma careta se forma em meu rosto devido a sua súbita mudança de assunto.

- Já, mas não é como se isso fosse da sua conta - cruzo os braços e solto um risada sem humor. 

Ele me analisa por alguns segundos e passa ao meu lado, indo para algum lugar atrás de mim. Permaneço parada no mesmo lugar encarando a entrada para dentro do sanatório.

- Como isso aconteceu com você, pequeno anjo? - escuto sua voz soar um pouco afastada e me viro, o vendo encostado na
parede ao lado do túnel de braços cruzados.

Arqueio minhas sombrancelhas pela maneira como ele se referiu a mim - Depois de tudo que você me fez passar, você não acha que eu vou simplesmente me sentar aqui e trocar confidências com você, certo? - digo, mostrando o quão óbvio isso era.

Ele apenas dá seu típico sorriso de lado - Irritante como sempre - minhas mãos se fecham em punhos e minha vontade é de
socar a sua cara.

- De novo com isso? - ele me olha com tédio - Da última vez você não fez nada. O seu problema é que você fala demais - ele diz de maneira provocativa fazendo meu sangue ferver na hora. 

Vou marchando em sua direção, analisando bem qual parte do seu rosto eu iria socar primeiro.

- Vai ser um prazer tirar esse sorriso estúpido do seu rosto - falo entre os dentes parando logo a sua frente. Ele permanece
parado esperando por algum movimento meu.

Não tardo ao erguer uma de minhas mãos fechada em punho. Juntando toda força que eu tenho, miro um ponto em seu
rosto e levo minha mão com rapidez até o local, mas antes que eu possa o acertar ele segura minha mão. Ainda mais irritada,
forço minha mão contra a sua, ainda na tentativa de o acertar. Ele aplica pressão sobre o meu punho fechado e o vai abaixando minha mão. 

Solto um curto gemido de dor assim que ouço um estalar de ossos. Aproveito que ele está concentrado olhando para o meu rosto que está contorcido em uma careta e tento chutar bem no meio de suas pernas.

Outra vez ele é mais ágil, agora agarrando minha perna e a deixando parada ao lado do seu corpo. Logo em seguida ele puxa
minha perna para lateral da sua cintura, fazendo com que o meu corpo seja impulsionado para frente e se choque contra o seu. Sua mão agora estava repousada na parte de baixo da minha coxa.
Ele soltou meu punho fechado e eu levei minhas mãos sobre o seu peito tentando não ficar tão próxima dele. O fato de uma das minhas pernas estarem na lateral de sua cintura me incomodava muito.

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