Expressão Corporal

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- A Rose que levou a pior.- comentou João, no intervalo.

- É como diz o velho deitado: "Segurem suas cabras que o meu bode está solto."- falou Bruno.

- A diretora só fez foi disseminar o machismo.- falou Rafa.- O certo era ter descoberto quem assediou a Rose e punir.

- É impressão minha ou você está defendendo ela?- zangou- se Dani.

- É a minha opinião. Se fosse com outra garota eu acharia o mesmo.

- Acontece que as outras garotas sabem a diferença entre escola e baile funk.- Dani afastou- se irritada.

- Dá pra entender?- falou Rafa.- Isso tudo porque eu dei uma opinião.

- Aprenda uma coisa, pequeno gafanhoto:"opinião é igual a bunda, não é porque você tem que deve dar!".- respondeu Bruno.

Dani evitou Rafa até o fim do intervalo e ficou afastada dele na aula de teatro.

- Certo turma. Para nós, atores, o corpo fala. Em nosso exercício de hoje cada um vai escrever uma dor. Algo que você faz ou fez que te feriu, depois vamos por esses papeis dentro das bexigas e vamos jogá- las pro alto. Ao meu sinal, cada um pega uma bexiga, estoura e terá que interpretar essa dor apenas com gestos.

- Tipo mímica, professora?

- Isso Bruno: tipo mímica.

João foi o primeiro a fazer o gesto, de um jeito engraçado imitou um bêbado.

Aline muito sem graça, gesticulou para representar uma transa.

Rose esticou o braço e fez sinais como quem se corta.

Dani sentiu um nó na garganta, justo a miss perfeição ficara com sua dor.

Mas então, outros alunos fizeram o mesmo gesto e ela percebeu que não era a única que se cortava.

Bruno pos um dedo sobre a narina e fez como se aspirasse algo, Dani olhou disfarçadamente para Rafa.

Na sua vez, ele fingiu comer algo e em seguida fez que enfiava o dedo na garganta para vomitar.
A professora encerrou a aula com aplausos.

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