Não se morre aos 16!

98 31 20
                                    

A mãe dele a tratou muito bem assim como o padrasto e a irmã. Dani conheceu a casa e ficou conversando com eles na sala enquanto o próprio Rafa preparava o almoço: espaguete a bolonhesa, bife acebolado e salada.

- Que tal um sorvete na pracinha?- chamou Arnaldo.

- Vamos sim.- concordou a mãe.

Dani e Rafa ficaram sozinhos, ele pôs um filme e deitou- se no sofá com a cabeça no colo dela para assistirem.

- Muito legal sua família.- comentou ela.

- Minha família é minha mãe e minha irmã.

Rafa já tinha comentado que não suportava o padrasto. Dani esforçou- se para também não gostar dele, mas o homem a tratou tão bem que ela imaginou ser implicância de Rafa.

Os pais dela acabaram aceitando o namoro e o jovem casal passava todo o tempo juntos.

Dani estava feliz e não parecia haver nada além de Rafa no mundo.

Estavam animados para a primeira semana das férias. Ela estava na sua casa quando o celular tocou.

Ligação On:
- Alô!

- Dani.- a voz era de Rafa, embora o número fosse desconhecido.

- Oi meu amor.

- Eu tenho que te contar uma coisa.- Dani percebeu que ele segurava o choro.

- O que foi?

- A Yurico... ela morreu.

Dani não conseguiu falar nada. Ficou com o celular no ouvido, sem reação, então ouviu pessoas chorando e fez o mesmo.

- Dani?

- Eu estou ouvindo...

- Eu te explico depois, vou dar uma força aqui pro João.

Rafa desligou o celular e Dani continuou chorando.

- Achei a blusa que queria te mostrar.- Vanessa entrou falando e ao ver a filha chorar deixou a revista e foi abraçá- la.- Dani o que aconteceu filha?

- Minha amiga morreu.

- Quem morreu? Morreu como?
- A Yurico morreu. O Rafa disse que me explicava depois... ela queria ser médica...tinha dezesseis anos.

- Não se morre aos dezesseis anos.- Vanessa abraçou a filha forte, pensou nos pais da moça e chorou junto.

Rafa mandou mensagens avisando o local e horário do velório.

Vanessa acompanhou a filha, o salão funerário estava cheio de jovens, João estava em pé ao lado do caixão onde Yurico repousava.

Dani aproximou- se e Rafa veio abraçá- la. Vanessa foi dar as condolencias aos pais.

- Como foi?-perguntou Dani, após notar que não havia marcas de ferimentos no corpo da amiga.

- A mãe dela a achou desmaiada na mesa em que costumava estudar.- falou baixinho Rafa.- Ela tomou um remédio para conseguir ficar acordada e estudar. Parece que sofreu um ataque cardíaco.

João acariciava a face de Yurico alheio a tudo ao seu redor. Os olhos estavam vermelhos e não tinham mais lágrimas para derramar.

Faz Parar...Onde histórias criam vida. Descubra agora