Nada está igual!

75 25 13
                                    

Dani aguardava ansiosa pela visita de Rafa, a mãe tinha contado tudo o que ele passara. Já tinham conversado pelo celular porque ele estava em outra cidade procurando pela irmã.

A porta do quarto se abriu e ele surgiu, o coração dela falhou, os olhos encheram-se de lágrimas e todo o corpo estremeceu. Rafa não conseguiu falar nada apenas correu até a cama e a abraçou: naquele instante o mundo coube naquele abraço.

Ficaram assim por um tempo, incapazes de falar qualquer coisa, com medo de se separar e tudo não passar de um sonho, o mais lindo sonho.

- Eu te amo.- falou ele.- Você me deu um susto, pensei que não iria te ver mais...

- Bobo, borboletas sempre voltam.- respondeu ela e beijaram-se.

Um mês havia passado, Rafa e os amigos não desistiam de achar Carol e continuavam a espalhar cartazes e a ir atrás de qualquer pista que tivessem, recebiam inúmeros trotes, mas não desistiam.

Bruno e Monica que estavam se conhecendo melhor, receberam uma foto de uma criança muito parecida com Carol porem com cabelos mais curtos e escuros, que pedia esmolas numa estação de trem de São Paulo.

Mike levava Bruno, João e Monica enquanto o pai de Dani, levava Vanessa, rafa e Dani para o local.

Chegaram e se separaram, ficaram três horas procurando sem sucesso.

- Os meninos e eu vamos ficar com o Mike.- avisou Monica.

- Eu também vou.- falou Dani.

- Nós vamos!- corrigiu-a a mãe.- Jeferson, você pode ir por causa do trabalho.

- Eu ficarei com vocês, mas precisamos descansar. Tem um hotel próximo daqui.

- Vamos nos revesar.- sugeriu Mike.

Rafa aceitou e enquanto Vanessa,o marido, Monica e Bruno iam lanchar e descansar, ele e os demais continuavam procurando por Carol.

Ficaram dois dias procurando sem sucesso, no terceiro dia pela manhã decidiram ir juntos e voltar pra casa depois do almoço.

Como combinaram, foram em duplas que devia permanecer o mais próximos possível.

Dani tinha parado de se cortar, na verdade nem pensava mais nisso, tudo o que queria era encontrar Carol, por Rafa, pela própria Carol e por ela mesma, para poder abraçar aquela criança e olhando em seus olhos dizer que ela podia conviver com aquele trauma e ser feliz.

Era estranho mas sentia-se capaz o suficiente de cuidar daquela criança, ainda mais agora que Rafa tinha entrado com um pedido de guarda da irmã. Ela precisava se fazer forte para estar ao lado, afinal eram um casal.

Ouviu o aviso sonoro de mensagem e pegou o celular para ler, um moleque o arrancou de sua mão e começou a correr, sem pensar duas vezes Dani correu atrás  dele, surpresa com a insensibilidade das pessoas que ignoravam seu pedido de ajuda.

Sem conseguir recuperar o celular, parou para retomar o fôlego e então viu uma criança suja, com vestido rasgado e pés no chão  pedindo esmola às pessoas.

Aproximou-se devagar para não assustá-la e a chamou com suavidade:

- Carol.

A menina a olhou e sorriu por um breve momento  como se a reconhecesse, mas um segundo depois tentou se esconder. Dani foi mais rápida e a abraçou, a criança tentou se esquivar.

- Sou eu Carol, a Dani do Rafa, ele está aqui te procurando...- a menina parou de espernear e a agarrou forte, enlaçando seu pescoço, Dani acariciou os cabelos dela e sussurrou:- Agora está tudo bem meu anjo...

- Larga a minha filha!- gritou Iara. 

Faz Parar...Onde histórias criam vida. Descubra agora