Sem conjunções adversativas!!

59 23 19
                                    

Dani estava ansiosa porque na carta, Rafa a fizera a promessa de comemorar o aniversário com ela.

Os dias se arrastavam e nada acontecia até que na quinta feira Dani rabiscava uma folha de caderno ao ouvir sua mãe conversando com alguém no telefone, não deu muita atenção até ouvir seu nome.

- Vou perguntar se a Dani quer.- falou a mãe, desligando.

Dani voltou a rabiscar a folha, a mãe entrou no quarto.

- A Marisa ligou.

- Quem?

- A mãe do João, o ex namorado da Yurico.

- O João não é ex-namorado dela.

- Ah não? E como ele pode namorar uma garota morta?- Vanessa não gostou de ser contrariada.

Dani respirou fundo, não adiantava explicar que o próprio João ainda dizia ser o namorado da Yurico porque não tinham terminado.

- Ok. A Marisa disse que farão uma vigília em memória da moça e perguntou se pode vir buscá- la.

Dani encarou a mãe. Por um breve instante pensou que era um plano dos rapazes e Rafa.

- Liguei para a psicóloga e ela disse que é uma maneira de vocês externalizarem o processo de luto.

Com essas palavras a mãe cortou a linha de esperança da jovem.

Dani aceitou.

No sábado desceu com a mãe para encontrar com João e Marisa.

As mães conversaram rapidamente, Dani cumprimentou João que usava uma camiseta branca com a foto de Yurico.

Chegaram a escola onde Yurico estudava e no pátio havia uma montagem com diversas fotos da jovem e um espaço no mural para os colegas deixarem uma mensagem. Dani limitou- se a escrever:" Sdds".

- Dani, você pode me ajudar a pegar um vaso de lirios?- chamou Bruno que também vestia uma camisa branca com a foto de Yurico.

Dani o acompanhou até o estacionamento. Bruno indicou uma van estacionada, assim que a jovem se aproximou, reconheceu Mike ao volante.

- Entra ai.- disse ele.

- Mas e a vigília?

- Acho que a Yurico vai ficar mais feliz se entrar aqui.- Mike piscou.

Dani entrou na van. Mike falou sobre a vida ser uma viagem inevitável e breve onde você só pode escolher curtir a paisagem ou reclamar dos trancos.

Parando a van em frente a uma casa, entregou um chaveiro para a moça e disse:

- Vai lá ser feliz.

Dani sorriu. Será que Rafa...?

Sem demora, ela caminhou até a porta e enquanto abria ouviu a voz de Rafa:

- Até que enfim Bruno, demorou hein?

Dani entrou e olhou para ele:

- Acho que devo falar "surpresa".- brincou ela.

Rafa saltou do sofá e a abraçou e beijou. As bocas se buscaram com paixão, com vontade, com necessidade... Um turbilhão de emoções os invadiu, o beijo não acabava, não queriam nem deixavam que acabasse.

- Dani...-Rafa separou-se um milimetro;- Melhor irmos devagar.

- Não concordo...respondeu ela, ofegante, voltando a beijá-lo.

- Mas estamos indo longe demais.- murmurou ele,enquanto beijava-lhe o pescoço, causando-lhe arrepios.

- Talvez eu queira ir longe demais.- disse ela.

- Mas...

- Rafa sem conjunções adversativas.-falou Dani, mergulhando naquele mar de sensações.

Rafa sorriu e continuou a acariciá-la com paixão.


Faz Parar...Onde histórias criam vida. Descubra agora