Rumo aos Dezoito.

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- Vou pegar um pijama pra você.- falou Bruno assim que Rafa terminou de contar o que tinha acontecido.

- Cara folgado.- resmungou Rafa.

- Você devia denunciar esse babaca, ainda bem que depois que meu pai foi embora a minha mãe não arrumou outro. Nem sei se ia aguentar um trouxa zuando ela.

- Por isso que assim que eu fizer dezoito vou sair fora.

- Você sabe que pode dar um tempo por aqui. Minha mãe gosta de você.

- Valeu Bruno.

- E falando em dezoitão, como vamos comemorar?

- Estava pensando em levar a Dani pra acampar na praia.

- Seu tarado.- Bruno jogou um tenis nele e Rafa desviou, rindo.

- Não é isso que você pensou seu pervertido. Vamos acampanhar, ver o sol nascer, namorar.

- Você está apaixonado mesmo. Mas fica esperto, ela ainda é menor. É pedofilia.

Foi a vez de Rafa atirar o tenis de volta.

Só viu Dani na tarde seguinte numa praça próxima ao prédio em que ela morava.

- Por que não me ligou?- perguntou ela assim que ele contou tudo.

- Não queria te aborrecer. Mas já passou.

Dani o abraçou e fez carinho nos cabelos dele.

- E como foi na psicóloga?

- Até que não foi tão ruim. Vou passar toda segunda. Meus pais encontraram uma terapia pra eles.

- Vai ser bom, você vai ver.

- Bom é estar com você.

Rafa sorriu, acariciou o rosto dela e a beijou.

- Eu te amo.- falou ela ao se separarem.

- Eu te amo também.- respondeu ele.

- Vamos mesmo acampar no seu aniversário?

- Se você topar, vamos sim.

- Eu topo qualquer coisa com você.

- Olha que assim eu acredito.

- É pra acreditar mesmo.

Rafa passou duas noites fora de casa e por insistência da mãe voltou mas sequer olhava para o padrasto.

As aulas voltaram, Dani e ele ficavam todo o tempo juntos e após as aulas iam ao parque, exceto as segundas quando ela tinha psicóloga marcada.

- O que acham de uma sessão de tortura?- falou Bruno.

- Quem vai ser torturado? - perguntou Dani.

- O João vai fazer uma tatuagem em homenagem a Yurico.- respondeu Rafa.

- Meus pais concordaram. Vou fazer um lírio e o nome dela em japones.

- Que bonito João.- disse Dani.

- O nome dela significava pequeno lírio...-  falou João.

- Ainda bem que ela se chamava Yurico, imagina se fosse Mariangela. Muitas letras, muita dor.- tentou descontrair Bruno.

- Você devia fazer uma tatuagem também.- zuou João.

- Aí minha mãe me arranca o couro. Deixa quando eu tiver dezoito. O Rafa logo, logo vai poder fazer uma.

- Faltam vinte dias.- disse Rafa.

- Já até sei o que vai tatuar:" Propriedade Particular de Daniele".

Dani riu da brincadeira de Bruno.

- Acho que vou preferir:" Dani amor eterno".

Dani o abraçou e beijou.

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