TRINTA E SETE

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Vanessa

-mãe, eu não vou ficar lá pra sempre.

Mãe- eu sempre te falei né Vanessa? Não se mete com esse tipo de gente, aí você vai lá e casa com o cara e eu tenho que ficar sem você? Já não basta te ver machucada e apanhando 90% do tempo não? Já não basta ouvir e ver que minha filha e chifruda não? Não te criei pra isso não Vanessa, não te criei pra ser mulher de bandido, pra viver fugindo, apanhando- suspirou e massageou as têmporas- você acha que é fácil pra mim como mãe e avó? Você fez suas escolhas erradas, mas meus netos não são uma delas, e agora você quer me separar dos únicos orgulhos que tu me deu?

-mãe, não é assim...

Mãe- que não é assim o que Vanessa, você acaba com toda sua dignidade a partir do momento que aceita chifre e aceita que seu marido levante a mão pra tu, te criei pra ser uma mulher independente, uma trabalhadora, pra fazer uma faculdade e seguir seus sonhos, mas não, preferiu a vida fácil e agora tá aí, fugindo. E se tu morrer Vanessa? Já pensou em mim? Nos seus filhos? De verdade, eu não mereço isso.

-mãe, eu vou voltar, eu prometo pra senhora.

Mãe- coração de mãe não falha minha filha- suspirou- só quero que você aproveite muito sua vida enquanto ainda tem ela, porque do lado do Henrique, você vai morrer em pouco tempo.

-tá repreendido.

Mãe- toma cuidado, Vanessa.

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