Fiel

SEIS

Jantei e dei janta pro meu filho no quarto, não ia ficar olhando pra cara de sínico do Henrique.

Lorenzo- suco mamãe, suco de molango.

-tá aqui meu amor- dei suco pra ele-.

Olhei ele comendo e fazendo bagunça e ri, ele me olhou e riu também, aquela risadinha mais gostosa, eu só estava aqui por ele, olhar ele me fazia ter forças pra continuar batalhando, pra continuar lutando por um casamento sem futuro nenhum.

(...)

Fui andando até a boca com meu filho nos braços, precisava de dinheiro e mesmo sabendo que eu podia encontrar Henrique com outra, eu iria, meu filho precisava de roupa e eu precisava de paz longe daqui.

-cadê ele?

Apontaram pro quartinho e eu bati, felizmente ele tava só com o Gabriel.

C7- que foi? O que meu filho tá fazendo aqui? Já te falei que não é pra trazer ele aqui caralho.

-eu quero dinheiro que eu vou pro shopping, e ele tá aqui porque a mãe que faz jus do nome trouxe ele, agora dá pra liberar ou não?

Ele pegou um bolo de notas de cem é me entregou, assenti e sai dali, aquela boca me dava nojo. Desci andando com meu filho no colo, cumprimentei moradores, todos ali gostavam de mim e eu retribuía, porque eles eram uns amores, apesar de sofredores.

D. Maria- oi minha filha, Deus te abençoe.

-amém dona Maria.

D. Maria- tá indo no shopping?

-to, depois vou no supermercado, por que?

D. Maria- traz feijão e carne pra mim por favor?- disse colocando a mão no bolso-.

-trago, mas com o meu dinheiro.

Ela insistiu muito pra pagar mas eu não deixei, Dona Maria até tinha uma condição estável, mas eram 5 filhos pra criar, então mesmo recebendo bem, nunca dava, então eu sempre que podia ajudava a mesma. Peguei um táxi na frente do morro e fui até o shopping, comprei um tanto de roupa pro meu bebe, muita roupa pra mim e algumas pro Henrique, comprei bolsas, sapatos, maquiagens, perfumes, brincos, anéis, colares etc, me dei um verdadeiro banho de loja. Almocei com o Lorenzo no shopping mesmo e fui até o supermercado, comprei a carne e o feijão pra dona Maria e o que faltava lá em casa, fui chamar um táxi mas Henrique parou com o carro na minha frente quando eu tava saindo.

Henrique- caralho, se quiser leva o shopping nas costas também.

-não é uma má ideia.

Henrique- haha, engraçada você hein, entra aí.

Guardei as compras e entrei com o Lorenzo, Henrique voltou pro morro devagar, o que era estranho porque ele sempre voava até o morro.

-para na dona Maria que eu preciso entregar uns negocio pra ela.

Ele assentiu e parou, entreguei as compras pra ela e ela agradeceu muito, sorri e entrei no carro novamente.

C7- não entendo porque tu faz isso.

-porque eu tenho uma coisa que se chama coração, Henrique.