1 mês depois
Henrique voltou a ir pra boca constantemente e agora já voltou a ser o que era antes, já era de se esperar, no momento estou caminhando com Lorenzo até o postinho, caminhando não, correndo, desde a última vez que Henrique bateu nele ele sente dores na cabeça constantes, pensei que com remédio passaria. Nada. Não passou, e agora ele a vomitando que nem louco, tem algo de errado aí.
Lorenzo- mamãe, tá chegando? Minha beça tá duendo.
-tá quase meu amor.
Cheguei lá e em menos de 1 minuto já fui atendida, sim, há vantagens de ser mulher do Henrique, nada atrasa pra mim, e o que atrasa, a pessoa se fode. Sentei no banquinho de espera e chorei. Algo dentro de mim me dizia que as dores de cabeça do Lorenzo eram mais sérias que eu pensava, sexto sentido fraga? Então.
Minutos se passavam, minutos que se transformaram em horas e eu já não aguentava mais esperar. Todos que passavam me cumprimentavam, mas de umas duas horas pra cá, eu já não tinha cabeça pra isso, foi quando tomei uma decisão.
Idl
H- que foi?
- dá pra você vir pro hospital?
H- pra que?
-Lorenzo tá aqui desde cedo, eu ainda não comi nada e não to aguentando mais.
H- To colando aí, marca um dez.
FDL
Odiava pedir ajuda pro Henrique, por mim, eu faria tudo sozinha, mas eu não posso sair daqui pra comer, vai que a medida chega e não me encontra? Vao pensar que eu o abandonei. Uns 20 minutos depois Henrique entra pela porta, por onde ele passava morador olhava de soslaio e se afastavam, ninguém gostava dele.
Henrique- qual foi a do muleque?
-desde a última vez que tu meteu a mai nele ele tá sentindo muita dor de cabeça e hoje começou a vomitar muito, não sei o que tá acontecendo- ele me encarou e sentou-.
Henrique- vai lá comer que eu fico aqui.
-jae.
Sai de lá com o coração na mão, fui pra padaria mais próxima e tomei meu café, logo se formou um fuzuê na porta e eu nem me importei, até puxarem meu cabelo, virei e era a Grace, a Puta mais puta que existia na favela, ela pagava de fiel, mas era só lanchinho, e nunca aceitou que a fiel sou eu e que isso não vai mudar. Tirei as patas dela do meu cabelo e dei as costas pra ela de novo, voltando a comer, todo mundo já olhava, se fosse a alguns anos eu ia cair na porrada, mas algum vapor já deve ter chamado o c7, e eu quero ver essa piranha apanhar é dele. Ela me puxou pelos cabelos e nesse momento vi c7 entrando, foi quando ela me deu três tapas seguidos, até ser puxada pelos cabelos com violência pra trás e Henrique meter a porrada nela.
Henrique- tu encosta na minha mulher de novo que tu fica sem essa palha aqui- segurou o cabelo dela- se manda.
Terminei de comer e fui andando, ele me alcançou, já me preparei pra ouvir xingos e pra sentir a dor dos tapas, mas a única coisa que ele me deu, foi um abraço, e meu pressentimento era que esse abraço, tinha alguma coisa haver com o Lorenzo.
Henrique- e mais grave do que tu pensou.
E foi aí que eu desabei, no meio da rua, com um monte de morador olhando, pelo meu filho, eu chorava no meio da rua, comia pedra, rolava no chão, fazia de tudo, por que ele é meu filho, a única razão por eu continuar aqui.

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Fiel
Novela Juvenil"Ele mataria por ela. Ela morreria por ele" Vanessa sempre foi de família humilde, moradora da rocinha e em um baile se envolveu com o dono do morro. Entre juras de amor e de fidelidade, eles se casam, mas o conto de fadas sempre acaba e agora, em 2...