Esther narrando:
Meu nome é Esther, tenho dezessete anos, e amo muito, muito mesmo rock. Bom, eu nunca fui tratada bem pela minha mãe, ela sempre gritou comigo sem motivos, e depois que o meu pai morreu, tudo ficou pior. Como não tenho outro lugar pra ir, tenho que morar com ela. Mas fico feliz, porque minha vó mora com a gente.
Mesmo estando de férias, hoje tive que acordar cedo pra ajudar minha vó, já que minha mãe saiu com as amigas dela a três dias e até hoje não voltou:
-Bom dia vó! - falei me sentando na mesa da cozinha.
-Bom dia querida! - respondeu terminando de colocar o café da manhã na mesa - Dormiu bem?
-Sim, e a senhora? - perguntei enquanto a via se sentar.
-Dormi sim querida!
De repente, ouvimos um barulho de porta batendo. Quando olhamos pro lado, vimos a minha mãe, e assim que ela me vê tomando café começa a brigar comigo:
-Você ainda está aí tomando café! Você ainda tem muita coisa pra fazer!
-Mas mãe, ainda são 7:30.
-Não interessa, está tarde. Você ainda tem que arrumar a casa, lavar a roupa, colocar a roupa pra secar e limpar o quintal.
-Mas Eliane, não precisa brigar com ela, eu vou ajudá-la...
-Não! Você não vai ajudar ela, a senhora já está muito velha pra fazer essas coisas. Ela vai fazer sozinha.
-Tá bom mãe, desculpa! Quando eu terminar de...
-Não, você vai fazer agora! - disse ela me interrompendo - Ah! Mudei você de escola.
-Por que? - perguntei confusa.
-Porque eu não quero que você estude naquela escola. Agora você vai estudar na mesma escola que sua prima. E vai logo fazer suas tarefas antes que eu te arrebente de novo! - quando ela terminou de falar, me levantei rapidamente.
Quando ela falou que me matriculou em outra escola nem fiquei triste, foi literalmente a melhor coisa que a minha mãe fez por mim depois do ocorrido com o meu pai. Fiquei muito feliz. Mais pra frente eu revelo o motivo.
Bem, minha vida é assim: se eu fazer tudo que ela mandar do jeito dela, ela não me bate. Mas se ela achar que não fiz direito, ela me bate. Como da outra vez, que eu sem querer quebrei um copo lavando a louça. Quando ela viu, gritou comigo e me bateu com o fio do carregador do meu celular. O bom é que, minha vó viu e impediu que ela continuasse. Foi aí que ela saiu com as amigas dela e ficou fora durante três dias.
Eu não acredito mais no amor. Pra mim, "amor" é só mais uma palavra, assim como "verdadeiro". Bom, vocês devem me achar muito idiota por causa disso. Mas eu não posso fazer nada, porque depois de tudo que as pessoas que eu amava fizeram comigo, eu parei de acreditar no amor. Principalmente no amor de mãe, que dizem que é "um amor incondicional"! Se minha mãe me ama desse jeito, não quero nem saber o que ela faria se me odiasse!
Como a minha casa e o meu quintal são grandes, e também como tinha muita roupa pra lavar, e minha mãe quebrou a máquina de lavar, (é isso mesmo, minha mãe quebrou a máquina, "por quê?" eu não sei) fiquei quase o dia todo fazendo as minhas tarefas.
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O Verdadeiro Amor
SpiritualEsther é uma garota de dezessete anos que sofreu muito. Depois de tanto sofrimento ela simplesmente para de acreditar no amor e na felicidade. Pra ela amor e felicidade é só mais uma palavra. Em meio a tanto sofrimento, sua prima Stefanie, a leva...