Sete meses depois...
Sete meses se passaram desde o dia em que aceitei Jesus e desde então me sinto diferente e sinto que tudo é possível. Já estou batizada, e estou muito feliz por isso, e também eu e Miguel estamos namorando a uns quatro meses. Desde o dia em que começamos a namorar eu fiquei pensando se contava ou não uma parte da minha vida. Como eu estava em dúvida, eu, em uma de minhas orações, perguntei a Deus se contava ou não, e hoje, através de um sonho, Ele me respondeu que eu devia contar. Por isso eu resolvi ir ao parque com o Miguel hoje.
Estávamos dando um passeio pelo parque quando ele cismou que queria comprar sorvete, e é claro que não disse que não queria, até porque eu amo sorvete. Após um longo tempo esperando na fila, conseguimos comprar os sorvetes. Logo em seguida, sentamo-nos em uma das mesas com bancos que havia entre um conjunto de árvores.
Ficamos por um período conversando sobre vários assuntos aleatórios, até que finalmente tomei coragem para contar o que precisava:
-Miguel, preciso contar uma coisa muito importante pra você! - falei meio nervosa, pois era a primeira vez que iria contar isso pra alguém.
-Diga!
"Há onze anos atrás...
Eu sentava na mesinha do meu quarto pintando um desenho quando meu pai chegou e me deu um abraço:
-Oi papai! - falei animada e feliz por ver meu pai de novo.
-Oi filha! Como foi o seu dia?
-Foi muito legal! Eu fiquei o dia todo desenhando!
-Que legal! Aposto que seus desenhos ficaram lindos! Que tal irmos ver sua mãe?
Sai da minha cadeirinha e fui com o meu pai ver minha mãe. Ela estava lá na cozinha fazendo lasanha pra gente comer. A medida que nos aproximarmos, sentíamos o cheiro da deliciosa lasanha da minha mãe. Assim que entramos na cozinha, ajudamos ela a arrumar a mesa e jantamos.
Eu acordei pela madrugada devido aos barulhos que vinham da cozinha, me levantei e fui até lá pra saber o que estava acontecendo. A cada passo que eu dava, conseguia entender que não eram apenas barulhos, era uma discussão dos meus pais. Sentei em um dos degraus de cima da escada e fiquei em silêncio ouvindo o que eles estavam falando:
-João, é melhor você não ir desta vez, aquela região está perigosa demais. E se algo acontecer com você? Como vou criar a Esther sozinha? - ela dizia muito, muito preocupada.
-Calma! Não vai acontecer nada comigo! Já fui em regiões piores e não aconteceu nada! - ele disse tentando acalmá-la.
-Mas desta vez é diferente! Lá eles.... - minha mãe se interrompeu quando percebeu que eu estava ouvindo - Por que você não está cama filha? - ela disse calma fazendo um gesto pra mim descer.
-Não consigo dormir! - falei descendo a escada - Por que vocês estão brigando? - perguntei chegando perto deles.
-Nós não estamos brigando! - falou meu pai se abaixando até ficar na minha altura. - Estamos... debatendo para resolver uma questão muito importante!
-Ah sim! E que questão muito importante é essa?
-Você se lembra daquelas "viagens" que seu pai faz junto com a Igreja para ajudar as pessoas que moram nas ruas ou que estão passando por uma situação muito ruim que não sabem o que fazer? - fiz que sim com a cabeça - Então.... estávamos debatendo sobre isso. Porque eu acho melhor ele não ir pelo fato da região estar muito perigosa.
-E eu acho que devo ir porque acredito que se tivermos uma pessoa a mais podemos ajudar muito mais! Então querida, você que eu devo ir ou não?
Fiquei um bom tempo pensando, pois era muito difícil resolver essa questão. Tava até parecendo matemática de tão difícil. Após esse tempo todo eu finalmente cheguei a uma conclusão:
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O Verdadeiro Amor
SpiritualEsther é uma garota de dezessete anos que sofreu muito. Depois de tanto sofrimento ela simplesmente para de acreditar no amor e na felicidade. Pra ela amor e felicidade é só mais uma palavra. Em meio a tanto sofrimento, sua prima Stefanie, a leva...