Miguel narrando:
A noite chegou e eu ainda estava fugindo deles. Para poder descansar um pouco e recuperar as energias subi em uma árvore, assim eu ficaria fora do alcance de vista deles. Segui aquela trilha desde de tarde, já estava perdendo as esperanças de que conseguiria sair dali. Mas foi então que avistei uma rodovia e também uma viatura da polícia parada. Tentei descer da árvore com cuidado, mas não deu certo. Escorreguei e cai de costa no chão, causando mais dores no meu corpo. Me levantei o mais rápido que pude e comecei a correr em direção a viatura, afim de pedir ajuda e sair logo dali. Portanto assim que estava me aproximando, um dos homens me derrubou, amarrou a minha boca e começou a me arrastar pra dentro da floresta de novo, pra onde o Pedro estava.
Ele amarrou os meus pés e as minhas mãos bem fortes com uma corda para eu não poder me soltar. Quando terminou, Pedro se aproximou e começou a falar:
-Cara... eu realmente não esperava que você fizesse isso. Você conseguiu me surpreender, olha só que maravilha!! - falou animado, sorrindo. - Mesmo depois do que você fez... eu não vou mudar a sua forma de tortura, ainda será a mesma. Mas... você terá que receber uma punição por ter tentado fugir. - ele sorri gostando da ideia de me dar uma punição - Enzo.. Murilo.. já sabem o que fazer. - falou sorrindo.
Assim que Pedro disse isso, eles se aproximaram e começaram a me espancar. Enquanto me espancavam, Pedro ficava cantarolando uma música que eu desconhecia. Foi então, que depois de quase uma hora ele resolveu mandar eles cessarem o espancamento.
Meu rosto estava coberto de sangue, havia ferimentos por todo o meu corpo e havia uma dor insuportável me atormentando. Eu não conseguia respirar direito, não conseguia falar direito, nem me levantar e provavelmente não conseguiria andar. Entretanto, Pedro me obrigou a caminhar até a cabana em que eu estava aprisionado. A cada quarenta e cinco passos que eu dava, não aguentava ficar em pé e acabava caindo, me causando mais dores. E pra piorar, Murilo chutava a minha barriga todas as vezes que eu caia.
Depois de quase três horas de caminhada finalmente chegamos na cabana:
-Bom, finalmente chegamos! E agora vamos começar a sua tortura! - disse Pedro animado - Então, a sua tortura será somente psicológica... - explicou enquanto íamos em direção de um quarto -... Mesmo depois de você ter tentado fugir! - ele parou e abriu a porta do quarto - Vocês já podem colocar ele ali dentro e fazer o que devem fazer. - ele falou pro Enzo e Murilo e saiu de perto de nós.
Fiquei em frente à porta e vi tudo escuro, estava sem entender nada. Eles me arrastaram até o centro do quarto, me colocaram e me amarraram numa cadeira, os ouvi se afastando depois não sabia mais a onde estavam.
Com a porta fechada o quarto ficava ainda mais escuro. Eu estava sentindo dores fortes na cabeça, estava cansado, somando isso tudo com a escuridão que se fazia e com o silêncio reinando no quarto, comecei a ficar com bastante sono. Eu estava lutando contra o sono, mas ele acabou vencendo e adormeci. Quando entrei em um sono profundo, colocaram uma luz muito forte no meu rosto e começaram a tocar Job For A Cowboy Unfurling A Darkened Gospel bem alto mesmo. Reconheci a música porque antes de eu me converter eu também ouvia as músicas dessa banda, principalmente essa.
Após eu despertar, eles desligaram a luz e o som, e a escuridão e o silêncio voltaram a reinar no quarto, até o momento em que adormeci novamente. E outra vez eles colocaram uma luz muito forte no meu rosto e começaram a tocar a mesma música de Job For A Cowboy. E isso se repetiu quase a noite inteira.
Chegou uma hora que eles pararam de fazer isso, acenderam a luz do quarto, me obrigaram a vestir uma roupa totalmente branca e me levaram a um quarto onde tudo era branco. A parede, o teto, o chão, a mesa, a cadeira... Era tudo completamente branco.
Me trancaram no quarto e tentei dormir num canto, porque não havia cama, mas não consegui, pois todas as vezes que eu fechava os olhos aquela música vinha muito alta na minha cabeça, e não consegui dormir a noite toda...
Esther narrando:
Quando terminamos o clamor já estava de noite. Peguei o meu celular e vi que era 22:45, exatamente a hora que Miguel havia me deixado em casa. Damos algo pro sobrinho do Miguel comer e fomos pra delegacia.
Chegando lá, fomos direto falar com o delegado. Entramos em sua sala e explicamos tudo, o que aconteceu antes do Miguel desaparecer e o que fizemos depois que percebemos que ele tinha sumido.
-Bom, quando uma pessoa desaparece e nenhuma pista é encontrada sobre seu desaparecimento, demoramos um pouco mais do que o esperado. - disse o delegado - Mas como vocês já procuraram por esse bairro e os outros, já sabemos que ele, provavelmente, não está na cidade. Por isso enviarei patrulhas aos arredores da cidade e irei com uma em especial à floresta da cidade vizinha.
-Me desculpe por perguntar, mas porque o senhor vai à floresta da cidade vizinha? - perguntou Clarice.
-Porque recebemos uma informação de uma viatura que estava perto da floresta sobre uma movimentação suspeita ali. Caso vocês não saibam, naquela floresta não habitam animais ou pessoas há anos, é completamente abandonada.
-Então o senhor acha que podem tê-lo levado pra lá? - perguntei.
-Possivelmente!
Posteriormente a essa conversa, marcamos num mapa os lugares onde procuramos pelo Miguel e fomos para nossas casas..
Chegando em casa, jantei, tomei banho, troquei de roupa e como estava sem sono, fiquei na sala assistindo um filme. Seguidamente, meu celular começou a tocar e atendi a ligação:
-Alô?
-Oi Esther, me desculpe por ligar a essa hora mas você vem aqui em casa amanhã? - era a minha mãe. Fiquei tão preocupada como o desaparecimento do Miguel que esqueci completamente que tinha marcado de ir à casa da minha mãe amanhã.
-Oi mãe, eu vou sim! Que horas a senhora quer que eu esteja aí?
-Pode ser às 13:00 horas?
-Pode sim!
-Tá bom! Estarei te esperando! Vou te enviar o endereço por mensagem!
-Tá bom mãe!
-Tchau filha, até amanhã!!
-Tchau mãe, até amanhã!! - nos despedimos e desliguei o ligação.
Olhei a hora e já eram 02:45, e eu ainda estava sem sono. Por isso continuei a assistir ao filme...
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.Acordei às 06:45 com a Stefanie me chamando:
-O que foi Stefanie? - falei um pouco sonolenta.
-Tem uma ligação pra você, é um delegado e ele disse que quer falar algo muito importante com você!
Tomei um susto quando ela disse isso, então rapidamente despertei, prendi o meu cabelo em um coque e peguei o telefone para falar com o delegado:
-Bom dia senhor delegado! - falei assim que coloquei o telefone no ouvido.
-Bom dia senhorita Esther! Recebemos uma informação de uma pessoa sobre onde o Miguel está! E peço que assim que possível você venham aqui o mais rápido que puder!
-Sim delegado, estarei aí o mais rápido possível! - desliguei o telefone e fui correndo ao meu quarto.
Entrando no quarto fui direto ao banheiro fazer minhas higienes diárias e tomar banho. Seguidamente troquei de roupa, escovei meu cabelo e fui direto à delegacia..
Adentrando na sala do delegado não acreditei no que eu vi. A pessoa que eu menos esperava encontrar é a pessoa que sabe aonde o Miguel está...
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O Verdadeiro Amor
EspiritualEsther é uma garota de dezessete anos que sofreu muito. Depois de tanto sofrimento ela simplesmente para de acreditar no amor e na felicidade. Pra ela amor e felicidade é só mais uma palavra. Em meio a tanto sofrimento, sua prima Stefanie, a leva...