Capítulo 11

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*Henry

Chás, roupas, regras de etiqueta, bons modos, sempre agir com cordialidade...

Eu cresci ouvindo e aprendendo sobre essas coisas. Aprendendo a me portar diante o público, sempre demonstrar que eu estava bem por mais que estivesse dilacerado por dentro.

Eu sou dilacerado por dentro desde que minha mãe partiu, está é a verdade. Tinha apenas três anos mas me lembro do vazio que se instalou em nossa casa e principalmente daquele em meu coração.

Só que isso jamais importou, afinal eu só precisava demonstrar que estava bem.

"Apenas sorria para as câmeras querido" era o que minha avó dizia.

"Mostre que você está bem" a minha professora de etiqueta.

"Haja como um príncipe" a empregada que dizia que eu não poderia correr e me sujar de lama por brincar.

Eu não fui educado como uma criança, fui educado como um objeto, como um príncipe, privado de demonstrar sentimentos. Sentimentos eram o de menos na realeza.

Todo mundo acha que essa vida dentro de um castelo é a dos sonhos mas mal sabem eles que eu faria tudo pra me ver livre dessas grades.

Pra ser apenas o Henry... não o príncipe Henry!

Estou sentado em minha mesa que tem vista pra janela e observo as árvores e a natureza calma. Eu me lembro de muita coisa da minha infância, de meu desenvolvimento como pessoa, de apenas me preocupar em esconder aquilo que sinto e hoje acho que não consigo expressar isso da melhor forma. Às vezes me sinto um robô.

A chegada de Lindsey me deixou tão confuso... ficamos nos encarando todo o tempo que passamos na sala até eu me cansar daquela situação me despedir e vir para meu quarto, porem chegando aqui não me senti melhor ao perceber que tinha um recado de Audrey, algo que já se tornou rotina.

Toda dia ela me manda uma bela frase que sempre enche meu coração de alegria, mas hoje não foi assim.

Observo mais uma vez o cartão com as iniciais dela e abro pra ler a frase escrita na mais bela caligrafia.

                    "Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser."
                                                        William Shakespeare

Audrey ama Shakespeare, é o autor favorito dela. Me lembro que quando ela fez 16 anos dei de presente pra ela uma edição especial de sonho de uma noite de verão, e todos os dias daquele verão nos líamos um trecho a noite sob a luzia lua e das estrelas e as memórias me voltam como um sopro...

- "O verdadeiro amor sempre encontra uma porção de dificuldades pelo caminho. Às vezes esbarra em diferenças de cultura, idade, ou então fica a depender de amigos... Outras vezes sofre o efeito de alguma tragédia, como a guerra, a doença ou a morte, que interrompe bruscamente a felicidade..."-nunca havia visto alguém ler tão intensamente e aquela era a melhor sensação do mundo- eu sei que nosso amor é verdadeiro Henry porque independente do que aconteça daremos um jeito de encontrar o caminho de volta, eu sei...

-Eu te amo Audrey, e sempre darei um jeito de te encontrar...

Ela vira de lado e fica me observando enquanto acaricia meu rosto e então fecha os olhos e suspira.

É a mais bela visão.

Audrey é meu sonho de uma noite de verão.

Jogo longe um enfeite que há em minha mesa que se quebra ao bater na parede. A raiva me inunda por não saber que decisão tomar.

Eu e Audrey fizemos tantas promessas, afirmamos tanto nosso amor no passado.

Será mesmo que ele não existe mais?

E Lindsey simplesmente chegou e mudou minha forma de ver alguém, quando eu a olho o tempo para e só consigo vê-la. Nada além dela importa no ambiente.

Ela está com raiva de mim, por conta de minhas mentiras mas eu sinto como se precisasse falar o que sinto.

Demonstrar meus sentimentos, apenas expressar eles.

E é o que resolvo fazer.

Ir atrás de Lindsey!

Oi meus amores, capítulo novo pra vocês. O que vocês acharam da decisão de Henry? E aí #teamAudrey ou #teamLindsey? Me digam tudo nos comentários.

Bjs 😘

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