50 Tons - Depois de Você

Capítulo 6

Estou no meu quarto acabando de tomar meu café, Kate já saiu para sua folga e sinto que o domingo vai ser longo. Queria pedir para Gail me levar até os jardins, mas não quero ver a mãe de Christian, me resigno a ficar aqui no quarto mesmo.

- Já acabou, querida.- Gail fala entrando no quarto e vindo pegar minha bandeja.

Olho e vejo Christian entrando, ele parece preocupado e atrás dele, a mãe dele, que está com uma expressão ilegível no rosto, mas seus olhos parecem me estudar, acho isso irritante.

- Ana,- Christian começa,- minha mãe, Grace Trevelyan, ela quer se desculpar pelo o que aconteceu ontem.

Grace caminha até mim, mas seu olhar é frio.

- Prazer e me desculpe pelas minhas palavras duras a você, Srta Steele.- sua voz é firme e sinto tudo gelar a sua volta quando ela fala.

- Tudo bem.- murmuro, a encarando fria e séria, sem demonstrar nenhuma emoção ou simpatia, não quero continuar com essa conversa, algo me diz que o pedido não é verdadeiro. Ela me encara mais séria ainda, de repente pensou que eu era uma bobinha que iria me desmanchar de risos para ela, ah, vá esperando Grace Trevelyan.

Vira-se e sai do quarto, fico olhando para Christian que faz um gesto de desanimo, acho que nem ele aguenta a própria mãe.

- Vou leva-la ao aeroporto, depois resolver algumas coisas, mas se precisar, me ligue.

- Está bem.- falo já vendo que realmente meu domingo vai ser longo.

Dá-me um aceno e sai, sinto falta do beijo e do carinho dele, balanço a cabeça achando isso loucura.

Passo o dia entre meu quarto, sala e academia, já estava cansada de ficar sem fazer nada e um tédio sem fim estava tomando conta de mim. Sinto falta de ter algo mais para fazer, de alguém para conversar. Procurei chamar minhas amigas do Texas no Chat e todas estavam no shopping, cinemas ou namorando.

Sinto falta disso, dessa liberdade que tinha em sair para onde quisesse, de dançar, droga, não quero me colocar para baixo.

Resolvo pedir para Gail me colocar na cama, dormir e esquecer um pouco essa tristeza.

Mas quando ela sai do quarto, isso é inevitável. Sinto-me envolvida em uma saudade enorme de minha mãe, das tardes de domingo que passávamos limpando nosso pequeno apartamento, ela escutando as músicas da época dela, e eu implicando por querer ouvir algo clássico. Coisas simples que fazíamos juntas e agora me dão uma saudade enorme.

Canso de me segurar, choro enfim, não por auto piedade, mas sim por ver perdida a vida perfeita que tínhamos e sei que nunca mais a terei.

Não sei por quanto tempo chorei, mas quando finalmente paro, sinto que lavei minha alma com esse choro, me sinto leve, fecho os olhos pensando em tirar um cochilo. Sinto aquele carinho em meu rosto e abro os olhos, Christian está me encarando sério.

- Oi.- ele fala baixinho.- você não me parece bem. -Não respondo, com certeza ele viu as marcas das minhas lágrimas em meu rosto, balanço a cabeça que não e ele senta em minha cama, me abraçando, droga, vou chorar de novo.- eu também sinto falta dele.- fala em meus cabelos.

- Dói tanto às vezes.- murmuro nos ombros dele, me segurando.

- Gail me disse que você estava triste.

- Não pedi para ela te ligar.- me defendo.

- Eu sei, eu liguei para saber de você e ela me falou que você estava triste.