- Preciso falar algo com você, Ana.- minha mãe segura minha mão, depois de um dia duro de trabalho, enquanto jantamos em um Starbucks , depois de minha aula de balé.
- Você está me assustando.- falo dando uma mordida em meu hambúrguer.
- Você sabe que vivi esse tempo todo para você, que você sempre foi e será a coisa mais importante para mim.
- Claro que sei, mãe, você é tudo para mim também, mas onde você quer chegar com isso?- algo me diz que ela está com medo de me contar algo.
Ela toma uma respiração profunda e começa:
- Há algumas semanas, conheci um senhor, ele foi comprar um carro, permaneci na minha posição de vendedora, mas depois ele me procurou, almoçamos juntos algumas, vezes, ele é um homem bom, é separado há alguns anos, é um diplomata aposentado, imagina...
- Você está apaixonada por ele?- pergunta já sabendo onde isso vai parar, minha mãe desde que meu pai faleceu, quando eu era ainda bebê, nunca teve mais ninguém, sempre fomos só nós duas, apesar de apenas ter quinze anos, sempre achei que minha mãe precisava de alguém. A contemplo ficar vermelha e sorrio.- por mim, tudo bem, pode marcar um dia para nos conhecemos.
Ela sorri ainda mais, amo esse sorriso, amo minha mãe, ela é tudo o que tenho.
- Mãe.- escuto minha voz e meu choro, mas não consigo acordar, está quente agora, meu corpo inteiro queima, quero morrer, estar com ela.
- Calma, calma.- escuto Christian, o sinto me abraçar e me apertar em seus braços, me sinto bem aqui, mas quero minha mãe, choro mais alto ainda, ele me aperta mais e somente o sinto suspirar em meus cabelos.
- Essa febre é emocional.- escuto uma voz feminina falar.- aos poucos vai cessar.
- E se ela ter outra convulsão?- sinto desespero na voz dele.
- Ela está medicada, se o senhor quiser, pode ir, uma enfermeira ficará de olho nela.
- Não, eu fico aqui.
- Tudo bem, se precisar me chame.- ela fala e acho que sai do quarto, eu continuo alheia a tudo, escuto essa conversa, mas não consigo reagir, quero morrer, quero ir para junto de minha mãe.
- Você tem que reagir, mocinha, tem que reagir, por favor.
Sinto os carinhos dele em meus cabelos, suspiro e me sinto ainda mais cansada e quente. Sinto-me ser levada pelo escuro de novo, estou cansada disso, quero reagir como ele pediu, mas não consigo, o pensamento de não ter mais minha mãe é insuportável, sinto sono, muito sono e logo estou dormindo nos braços dele de novo.
Meu corpo parece leve, mas dolorido, abro meus olhos ao sentir algo molhado sendo passado em meus braços.
- Bom dia.- uma enfermeira loira de olhos verdes sorri pra mim.
- Bom dia.- respondo fraca, a vendo passar uma esponja em meus braços.- o que você está fazendo?
- Te dando um banho de leito, você ainda não pode ir para o chuveiro, está muito fraca.- acaricia meus cabelos.- quando você puder, vou lavar seus cabelos e dar um trato neles, uma moça tão bonita, precisa ser cuidada.
- Obrigada.- falo em lágrimas, ela lembra minha mãe.
- Não chore, tudo um dia se acerta. Bom acabamos, vamos te trocar.
Ela e mais uma enfermeira colocam uma camisola em mim, elas sorriem e saem do quarto, logo Christian entra.
- Bom dia.- ele fala, sua voz é cautelosa.- você parece bem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
50 Tons - Depois de Você
RomanceEla tinha a vida perfeita, mas lhe foi tirada, ele sempre soube que faltava algo, e ela o fez completo, mas um segredo, pode destruir tudo, os quebrarem de vez, ou faze-los fortes para se construírem de novo