ONE

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SHADOW ON

    Meu pai finalmente foi viajar. Agora posso andar com mais tranquilidade por essa casa enorme e assustadora, lugar que eu tanto amo.
    Estou na cozinha preparando um chá, quando Sunnie aparece.

– Bom dia! -diz animada. Não respondo. – Dormiu bem? -pergunta. Não respondo novamente. – Ah, eu dormi bem.

– Hum. -é o que digo.

– Shadow Park, você é muito bipolar. -observa, sentando-se ao meu lado no balcão.

– Por que acha isso? -continuo afundando e emergindo o saquinho do chá, e isso é melhor do que olhar para Sunnie.

– Ontem você estava animada para falar comigo sobre o nosso plano, e hoje me trata desse jeito! -ela usa um tom insuportavelmente vitimado.

Plano? -solto um riso abafado. – Eu só comentei o que eu vou fazer. Por mim, você faz o que quiser.

– É, mas aderi o seu plano. -provoca.

– Hum. -ignoro e levo minha xícara à boca, dando o primeiro gole. – Onde está o Jimin? -decido perguntar.

– Foi buscar os tão esperados amigos. -ela usa um tom malicioso. – Preparada?

– Eu estou sempre preparada. -reviro os olhos.

– Sabe o que podemos fazer para recebê-los? -ela parece ter tido uma ideia. Apenas encaro seu rosto ridiculamente animado, sem dizer nada. – Vou fazer o que planejo e você diz se é boa ideia.

    Assinto sem ânimo algum, então ela corre até a sala e ouço todas as janelas, portas e cortinas sendo fechadas. A escuridão começa à chegar na cozinha - onde estou -, e eu finalmente começo à me sentir melhor.
    Chegando na cozinha, Sunnie fecha todas as janelas e cortinas, deixando todo o primeiro andar da mansão em um completo breu.

– O que você está fazendo? -pergunto, sem enxergar um palmo na frente de meu rosto.

– Vamos ascender uma vela no centro da sala e ver a reação deles. -ela usa um tom travesso e usa a lanterna do celular para procurar uma vela.

    Reviro os olhos e me pergunto o porquê de nós termos personalidades tão diferentes.

– Não queira bancar a gótica. -aconselho.

– Gótica, não. -ela encontra a vela. – Assustadora. -corrige, pegando o isqueiro e ascendendo a mesma.

– Isso vai ser complicado se você continuar animada desse jeito. -digo.

– Para você será fácil. Vendo a sua naturalidade, eu vou conseguir manter o personagem. -ela anda com a vela na direção da sala.

    Continuo bebendo meu chá, encarando o nada. Meu celular - que está ao lado de minha mão, na mesa - vibra. Uma mensagem de Woo JiHo.

    Bufo, mas leio a mesma:

Que saudades, gatinha.

    Será que ele não sabe o quão ridículo é? Respondo:

Você não tem medo da morte?

HORNS » BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora