FOURTY NINE

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TAEHYUNG ON

    Meu menino terá de ficar aqui por um tempo, até que fique forte o suficiente para ir para a casa. Céus, eu estou tão feliz.

– Oi, meninão. -digo emocionado, enquanto o olho através do vidro que nos separa. – A mamãe está bem, e está louca para te levar para a nossa casa, assim como o papai. -sorrio, sentindo lágrimas solitárias descendo por meu rosto.

– Ele é forte. -uma voz feminina desconhecida soa no ambiente. Uma enfermeira. – Sinceramente, ele não teria sobrevivido.

– Ele é forte como a mãe dele. -digo, orgulhoso. Volto à olhá-lo, é um anjo.

– A mãe dele já pode ir para a casa, inclusive. -ela me entrega uns papéis da alta de Sunnie. – Podem vir vê-lo quando quiserem.

– Obrigado, de verdade. -sorrio à ela, que cora em retorno. – Cuide bem dele.

– Eu irei. -ela acena com a cabeça, confiante.

    Dou mais uma olhada em meu filho antes de sair.

– Boa sorte, eu te amo. -digo à ele, então deixo a sala após lançar mais um sorriso à enfermeira.

    Entro no quarto de Sunnie e ela está sentada na cama, encarando as mãos. Me aproximo dela, mostrando os papéis.

– Vamos para a casa? -convido, sentando-me na cadeira ao seu lado.

– Eu não quero aquele bebê! -seu tom é frio, o que me assusta.

– Como assim? -solto um riso incrédulo. – Sunnie, é o nosso filho!

– EU SEI! -ela grita, em um pedido para que eu me cale. – Você vai amá-lo mais do que à mim. Você pode morrer por ele, mas e por mim? Eu não tenho ninguém que morreria por mim, Taehyung. -ela chora descontroladamente. – E eu não quero ninguém que morra por aquela coisa que eu gerei. Eu não sou capaz de amá-lo!

– Eu não acredito que estou ouvindo isso de você. -levanto-me e ando em círculos com a mão apoiada em minha testa, processando a informação. – Eu morreria por vocês dois! -aumento o tom, andando novamente até ela.

– Quero que morra por mim, apenas. -ela diz friamente.

– Como você pode ser tão egoísta? -rosno, não reconhecendo essa pessoa que está bem à frente dos meus olhos.

– EU SÓ QUERIA SER AMADA NO LUGAR DAQUELE BEBÊ! -ela grita, achando que isso justifica seu ato infantil e demoníaco.

– ELE É O SEU FILHO! VOCÊ DEVIA DAR À ELE O QUE NINGUÉM TE DEU! -grito, perdendo o controle.

– Acabaram comigo. -ela rosna, enquanto seu olhar muda para pior. Não é a Sunnie! – Eu vou acabar com ele. -ela ri fraco, usando as unhas para rasgar a própria pele até que sangre.

– Você não vai chegar perto do meu filho. -digo, saindo rápido do quarto e correndo até a sala do médico.

    Abro a porta em um baque, atrapalhando o "momento íntimo" que ele estava tendo com uma das enfermeiras.

– Eu não vou contar nada à sua mulher, o problema agora é a minha! -digo, enquanto a enfermeira ajeita a própria roupa e sai da sala.

    O doutor anda até mim, confuso e envergonhado pelo flagra. Eu estou pouco me fodendo para isso.

– O que houve? -pergunta ele.

– Nosso filho acabou de nascer e ela quer matá-lo! -disparo, deixando-o confuso.

– Ela tem histórico de...

– Sim, ela já foi internada em um hospício por ser uma psicopata e eu quero que você à encaminhe para algum psiquiatra, já! -eu o interrompo, desesperado.

    Ouvimos gritos desesperados das enfermeiras, então corremos para o berçário. Lá está Sunnie, tentando pegar o bebê. Ela possui uma seringa na mão, e seu olhar está distante.

– SUNNIE! -eu grito, chamando sua atenção.

    Corro até ela e tiro a seringa de sua mão, jogando-a para longe. Envolvo-a em um abraço nada correspondido, enquanto o médico prepara o encaminhamento.
    A enfermeira cuja conversei mais cedo aparece por trás de Sunnie, me mostrando uma seringa.

    Sunnie se bate em meus braços, berrando como uma possuída. De fato, ela está.

– Eu vou cuidar de você. -digo, tentando acalmá-la. – Eu vou matar e morrer por você, não me importo com o bebê. -minto, então ela para de se mexer e a enfermeira aplica a injeção.

    Ela grita e volta à se bater, mas eu a seguro até que ela adormeça. Coloco-a em uma maca que outras enfermeiras trouxeram e elas amarram Sunnie ali. Começo a chorar como uma criança quando a vejo atada daquela forma.

    Eu a amo tanto. Por que tem que ser tão doloroso?

    Ando até onde o bebê está. Ainda dorme como o anjo que é. Ele não merece a família que está tendo, mas sei que tudo vai ficar bem para que ele possa crescer no meio de pais normais e tranquilos. Que o amem como merece.
    Choro debruçado no vidro que nos separa, até que o médico diz que a equipe do hospital psiquiátrico já está à caminho. Me recomponho e sigo o doutor até a saída.

HORNS » BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora