THIRTEEN

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    SUNNIE ON

    Faz um mês desde a última vez que vi Shadow. Não sei o motivo do sumiço dela, mas creio que não tem nada a ver com Jimin.
    Naquele último dia, quando voltamos do acampamento, aconteceu coisas que me forçaram à ficar no quarto. Isolada. Assim como Shadow Park está.

Desço as escadas após todo o stress que ocorreu. Preciso de água.
Ao entrar na cozinha, meu olhar se cruza com o da minha presa, e ele não parece feliz com isso.

Passo pelos meninos sem dizer nada, então vou à pia e me sirvo de água. Estamos todos em silêncio, até Jimin se pronunciar:

– Eu não quero você perto dos meus amigos, Sunnie Park. -diz. Foi o necessário para eu perder a cabeça.

O copo de vidro que estava em minha mão, agora se encontra em pedaços no chão. Olho para Jimin e sinto meu sangue ferver dentro do meu corpo, e isso é algo que eu não posso controlar.

– VOCÊ AGE COMO SE FOSSE UM SANTO, JIMIN PARK. MAS VOCÊ NÃO É! -grito, apontando o indicador em sua direção. – Sei que Shadow e eu fazemos coisas erradas, mas isso não quer dizer que eu vá matar os seus amigos. Bem, não na sua frente. -lanço um sorriso fraco, que faz os garotos estremecerem.

– E nem pelas minhas costas. -ele se levanta, parando em minha frente. – Se algo acontecer com algum deles, você já era. Eu mesmo vou te matar.

– Pois eu quero que você tente! -desafio. – Se você obtiver êxito, eu volto da cova para te parabenizar. -debocho.

– Chega! -Namjoon levanta-se. – Eu não preciso viver no meio de tanta briga. Estão em pé de guerra dentro da própria casa. Caralho, vocês são irmãos! -ele fala, como se isso importasse.

– Nós não somos. -digo, encarando Jimin firmemente. – Eu não quero ser considerada irmã de um merda como esse.

A mão de Jimin, que antes estava cerrada ao lado do corpo, agora encontrou o lado esquerdo de meu rosto. Um tapa forte. Muito forte. Que fez meu rosto virar para o lado oposto e eu cambalear alguns passos.
Todos agora estão tensos. Taehyung me olha com preocupação, e isso me deixa ainda mais puta.

Volto à pia e pego a primeira faca que encontro no escorredor de louça. Corro na direção de Jimin, que agora está apavorado.
Quando a faca está quase dentro de sua barriga, um corpo se põe em minha frente e eu erro. Não acerto ninguém, pois a faca foi empurrada para o lado no momento em que a pessoa se pôs em minha frente.

Jin, Namjoon, Jungkook e Hoseok saíram da cozinha com Jimin. YoonGi está parado ao lado da mesa, e quem me segura é Taehyung.
Seus braços estão envoltos em meu corpo, como uma espécie de abraço.

Quando ergo o olhar e meus olhos encontram os dele, percebo que ele está chorando.

– Me solta! -ordeno, sem sucesso.

– Você está alterada! Eu não vou te soltar. -diz entre soluços.

Suas mãos escorregam e tocam minha barriga. Não, não me faça ter que fazer isso.

– Não encosta. -peço em tom quase desesperado.

– Por quê? -ele parece confuso e desnorteado.

Aproveito sua confusão para conseguir me soltar, empurrando-o para trás. Ele corre em minha direção para tentar me deter novamente, então eu preciso fazer o que não queria.

Ergo a faca e cravo no ombro de Taehyung, deixando apenas o cabo para fora. Ele grita muito, e agora sou eu quem está sem chão.

– SUNNIE! -YoonGi grita, mas sua voz parece um simples zunido. – O que você fez com ele? -ele se ajoelha ao lado de Taehyung, que está gritando de dor.

– TAEHYUNG! -Jin aparece gritando, apavorado. Ele me olha com receio, não quer se aproximar do amigo por medo do que eu farei.

Corro de volta para o meu quarto. Chegando no mesmo, me permito chorar.
Mas, por quê?

    Depois de tudo isso, não saio mais do quarto quando eles estão em casa. Normalmente, saio à noite para comer ou respirar um ar diferente, mas apenas isso.
    Shadow ainda não saiu, está trancafiada lá dentro, sem deixar nem mesmo eu entrar.

    Estou preocupada com o Taehyung, por algum motivo. Passou-se um mês e eu ainda estou preocupada para cacete.
    Queria que nossa casa vivesse em paz como antigamente, por mais que isso seja impossível. Sei que meus pensamentos estão virados. Os homicídios nunca vão sair do meu histórico mental, mas eu adoraria que nossa casa tivesse amor novamente.

    Por mais que o amor não goste de mim. Sei que ninguém nunca vai me amar, e que eu nunca vou amar alguém. Mas eu adoraria tentar.

HORNS » BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora