THIRTY NINE

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YOONGI ON

– QUE PORRA É ESSA? -Jimin grita parado na porta. O pior é que nem mesmo eu estou entendendo. – Que ótimo saber que você vem aqui para se desculpar com a Shadow mas acaba se esfregando com a Sunnie na minha cozinha! -ele me olha, coberto de decepção e sarcasmo.

– Cara, ela veio para cima de mim. Você acha que eu vacilaria com a Shadow de novo? -defendo-me, ficando de pé.

– Eu acho. -a voz de Shadow preenche o local, fazendo todos os meus músculos se contraírem. – Se aconteceu uma vez, pode acontecer novamente, como aconteceu aqui e agora. -ela está com a cabeça baixa e o tom sombrio como antes. Engulo em seco.

– Shadow, precisamos conversar. -digo apressado, apertando uma mão na outra para aliviar a tensão.

    Ela anda lentamente até mim, ainda com a cabeça baixa. A cozinha está em completo silêncio, até ela parar em minha frente.

– Não temos o que conversar. -diz com desgosto.

– Está com medo de perder para mim novamente? -Sunnie provoca a irmã, e essa é a última coisa que ela devia fazer.

    Shadow pega uma faca que há em um canto da mesa e ergue na direção de Sunnie. A mais nova ergue as mãos para tentar impedi-la, mas a faca atravessa sua mão e crava até a metade em sua coxa. Shadow está possuída.

– PARA DE SE INTROMETER NA MINHA VIDA, SUA VADIA! -a mais velha grita, acima dos gritos desesperados de Sunnie por conta da dor.

    Por último, Shadow cospe no rosto de sua irmã e sai, batendo os pés com força. Os outros garotos ouvem os gritos e correm até Sunnie, para ajudá-la.

– Liga para uma ambulância! -Jimin ordena apressadamente.

– Não, ela mereceu. -me recuso, então Jin bufa e liga por mim. Observo que Taehyung não está aqui, só aí eu entendo tudo. – Onde ele está? -pergunto à Sunnie.

– Ele quem? -pergunta entre soluços.

– Kim Taehyung.

– Nós meio que acabamos. -ela diz em tom baixo, como se estivesse com vergonha de confessar.

– Então foi por isso que você se atirou em cima de mim daquela forma? -pergunto, dando um soco na mesa, rente ao seu corpo. – Você vai explicar tudo para a sua irmã, entendeu?

– Mas eu não estou falando com ela, e...

– DÊ O SEU JEITO! -grito. Jimin e os outros estão ali tentando retirar a faca de Sunnie, e parecem não estar ligando para a nossa discussão alta. – Você dá o seu jeito sujo em tudo, dê um jeito nessa merda que você fez!

    Deixo a casa, sem me importar com o atendimento de Sunnie no hospital ou algo assim. O meu carro, eu não emprestaria. Ela não recebeu menos do que mereceu.

SHADOW ON

    Que merda, que merda, que merda!
    O que foi que eu fiz?
    Por que eu senti prazer em fazer aquilo, como antes?

    As decepções estão me deixando mau novamente, preciso me controlar, eles vão querer me internar! Respire, Shadow, respire.
    Vou iniciar meu estágio na empresa de meu falecido pai no próximo mês, espero que a facada em Sunnie não interfira nisso.

    Ando de um lado para o outro no quarto, mas não consigo me acalmar. Estou pouco me fodendo para o que fiz, só não quero que isso influencie no meu emprego.

———¥———

SUNNIE ON

    Passo por uma cirurgia de 4 horas, pois a facada atravessou um nervo importante da perna e etc, mas já estou me recuperando. Um homem alto e velho entra em meu quarto, parece sério e centrado.

– Srta. Park? -pergunta, puxando uma cadeira e sentando-se ao meu lado.

– Sim. -confirmo.

– Eu sou o psiquiatra Min. -apresenta-se. – Seus amigos disseram-me que você possui alguns distúrbios e eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas. Quero que seja sincera e me diga o que aconteceu.

– Eu já tenho um psiquiatra, não preciso de outro. -alerto.

– Eu sou especialista nestes casos delicados que envolvem a família. -explica. – Por favor, eu só quero entender.

    Decido ceder, então ele puxa uma prancheta e me faz algumas perguntas básicas. Respondo interpretando meu personagem, que é bonzinho e sem problemas. Só assim me livro de um hospício, onde não poderei ter Kim Taehyung.
    Ele me faz algumas perguntas sobre Shadow e o ocorrido, então eu conto toda a história: eu estava na cozinha conversando com o ex-namorado dela, quando ela teve seu ataque de fúria e tentou me esfaquear. Por sorte, YoonGi à impediu e ela acertou apenas minha mão e perna.
    Um pouco distorcida, talvez. Mas é por uma boa causa.

Tem certeza que você não fez nada para merecer isso? -pergunta ele.

– Eu juro, doutor, ela sempre me odiou e sempre tentou me matar. -digo, lançando meu melhor olhar inocente. – Ela tentou me matar diversas vezes ao longo desses meses, justamente por ter um ciúme mortal do ex-namorado.

    Ele parece convencido, então se despede e deixa meu quarto. Bem, pelo menos estou garantindo meu cargo na empresa sem ela para interferir, e poderei ficar longe de clínicas e perto de Kim Taehyung: o meu homem.

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