Capítulo 8

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*Narra Nilce*

Finalmente Zelda vai voltar a estudar. Já passaram os dias, e agora ela irá para a escola. Não via a hora de ficar sozinha, mas espero que aquela garota não arrume mais problemas. Hoje Leon está em casa, pois estaria acontecendo uma festa dos funcionários da empresa, mas não é obrigatório ir, então Leon resolveu ficar em casa para curtir um pouco a família.

Leon e eu estávamos na cozinha, e as crianças estavam na sala, assistindo tv.

— Hoje vou levar as crianças pra escola ta meu bem? Pode ligar pra tia e falar que não precisa vir buscar eles. — disse Leon, todo empolgado vendo alguns emails em seu celular.

— Tá bom. Aproveita e passa no mercado depois? Porque não tem manteiga e alho. — falei.

— Passo sim meu bem. Pode ficar tranquila. — ele aproximou-se, e deu um beijo em meu pescoço.

— Lon!

— O que foi? Só dei um beijo em seu pescoço... Não posso beijar? — disse ele permanecendo com suas mãos em volta de minha barriga.

— De repente as crianças podem ver.

— E daí? Elas têm que saber da onde elas vieram. — e começamos a rir.

— Ai Leon, só você mesmo.

— Bom... Vou pra sala ficar com as crianças. Já que não posso ficar aqui te beijando... — murmurou, virando meu rosto, e beijando meus lábios.

— Ah Leon também não é assim... — falei sorrindo.

— Decida por favor mulher! — disse ele irônico indo para a saída da cozinha. — Te amo...

— Também te amo. — respondi.

-Narra Leon-

Estava com as crianças, assistindo desenho animado. Fiquei feliz em poder ficar com a família, mesmo os filhos indo para a escola, e ficando um pouco distante deles, mas, vou levá-los para a escola, e isso já me deixa alegre, e mais próximos deles.

— Hoje eu vou levar vocês pra escola! — falei.

— É sério papai? — perguntou Luigi.

— Sim filho...

— Ebaaaa! — gritou Luigi.

— Mas você vai buscar a gente também né? — perguntou Zelda.

— Claro que vou minha princesa! — falei sorrindo e dei um beijo em sua testa.

Zelda sempre foi minha xodó. Claro que amo meus três filhos igualmente, e os trato muito bem, mas Zelda é minha filha predileta, e Mario e Luigi não ficam chateados com isso, por incrível que pareça. Até cheguei a achar um pouco estranho eles não reclamarem, pois um irmão sempre fica um pouco enciumado quando a mãe ou o pai dá mais atenção para seu irmão, e não a ele.

— Já chegou a hora de vocês se arrumarem. — anunciou Nilce, aparecendo na porta da cozinha para a sala.

— Já? — perguntou Mario desanimado.

— Ô garotão, não fique assim... Lembre que o papai aqui vai levar vocês pra escola! — disse com animação.

— Tá... Vamos gente! — falou Mario. Zelda e Luigi o acompanhou.

— Vou voltar pra terminar o almoço. — disse Nilce.

— Posso, por acaso, ajudar minha querida esposa com o almoço? — perguntei indo em sua direção, e pegando em sua cintura levemente.

— Me ajude a colocar à mesa. — respondeu ela sorrindo.

— Ok dona Nilce. — respondi.

*****

Enquanto as crianças se despediam de Nilce e entravam no carro, eu senti Zelda um pouco tristinha. Nunca a vi desse jeito, tão desanimada. Após me despedir de Nilce, entrei no carro e dei a partida. Durante o trajeto, os meninos conversavam sobre as lições e sobre os professores engraçados que eles tinham, mas Zelda, permanecia em silêncio. Não escutava nenhum vestígio de sua voz.

Em frente à escola, desejava um bom dia e uma boa aula aos meninos.

— Zelda, fique. Preciso falar com você. — falei e agachei-me para ficar em sua altura.

— Mas o portão já vai fechar. — respondeu ela levando seu olhar ao portão da escola.

— É rapidinho, não se preocupe. — falei. — Por que você está tão tristinha?

— Como assim pai?

— Você não quis participar da conversa dos meninos, não falou absolutamente nada. Você é tão agitada, animada... O que aconteceu?

— Nada papai.

— Tem certeza Zelda? — perguntei preocupado.

— Papai, não aconteceu nada. — os olhos de Zelda começaram a lacrimejar.

— Por favor filha, me conte o que aconteceu...

— O portão vai fechar pai... Tchau, até mais tarde! — falou ela me dando um beijo em meu rosto.

— Tchau princesa, e boa aula!

E Zelda entrou.

— Alguma coisa está acontecendo. — falei em alta voz.

Entrando no carro, peguei meu celular, e liguei para casa.

— Alô... — falou Nilce.

— Sou eu meu bem. Você sabe o que aconteceu com a Zelda? — fui direto ao ponto.

— Não Leon. Por quê?

— Porque ela comportou-se diferente... Não quis conversar no trajeto de casa até a escola, não estava sendo aquela menina animada de sempre...

— Não sei o que houve com ela. Se quiser eu converso com ela quando vier pra casa. — falou ela.

— Não precisa Nilce. Deixa que eu converso com ela.

— Mas Leon... Seria melhor eu conversar, pois ela se sente melhor comigo e... — eu a interrompi.

— Não Nilce... Eu converso com ela, pode deixar e fique tranquila. — falei. — Tchau. — e desliguei.

Liguei o carro e fui até o supermercado para comprar as coisas que Nilce tinha pedido, e aproveitei a viagem para comprar também alguns materiais para escritório. Chegando lá, fui para a sessão de temperos.

— Do que preciso mesmo? Ah! Lembrei... — e peguei duas cartelinhas com alho.

Passei na sessão de frios e peguei a manteiga, e para finalizar, peguei as coisas para o escritório. Indo para o caixa, que aliás, tinha uma fila imensa em minha frente, fiquei pensando em Zelda. Por que ela estava daquele jeito? Por que ela estava tão triste e desanimada, parecendo estar aflita? Realmente fiquei muito preocupado com isso, pois Zelda não é assim. Preciso saber o que está se passando com minha filha.

Uma psicopata entre nós {COMPLETO}Onde histórias criam vida. Descubra agora